EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da Contraf-CUT
Os sindicatos da categoria bancária, através da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), denunciaram o Santander, em audiência com o Ministério Público do Trabalho (MPT), ocorrida na última quinta-feira (3), por práticas antissindicais.
"O banco está cometendo prática antissindical ao abrir empresas com CNPJs distintos para retirar bancários da categoria e enquadrá-los como trabalhadores de outros setores”, disse a presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.
“De 2020 pra cá, 17.964 bancários foram enquadrados como sendo de outras categorias. Com isso, eles deixam de ter diversos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária, e o banco enfraquece a organização dos trabalhadores”, completou a dirigente sindical.
O valor da CCT
A categoria bancária é a única do país a possuir uma Convenção Coletiva de Trabalho válida em todo território nacional. Graças às negociações coletivas, as bancárias e bancários possuem 85% mais direitos trabalhistas do que os previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
“Com o desenquadramento da categoria, os bancários que foram recontratados pelo banco por outras empresas do mesmo conglomerado econômico, perderam em torno de 50% a 60% da remuneração variável”, denunciou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Wanessa de Queiros Paixão.
Violência contra bancários
Na campanha salarial deste ano, em São Paulo, o Santander acionou a Polícia Militar, que agrediu fisicamente funcionários e dirigentes sindicais, inclusive mulheres, durante uma manifestação pacífica da categoria por direitos e melhores condições de trabalho e contra as terceirizações.
"Nenhum outro banco privado ataca tanto a organização coletiva dos trabalhadores como o Santander faz com os trabalhadores brasileiros. Vamos continuar denunciando as práticas antissindicais do banco espanhol, que não garante aos bancários e bancárias brasileiros, os mesmos direitos e tratamento dado à categoria em seu país de origem ", ressaltou o diretor do Sindicato do Rio de Janeiro e representante da COE, Marcos Vicente.
Os sindicatos já reivindicaram diversas vezes a o direito de representação sindical destes empregados das empresas terceirizadas do grupo espanhol, mas o banco se recusa a reenquadrá-los, mesmo eles exercendo as mesmas atividades que já exerciam anteriormente, trabalhando no mesmo local de bancários que exercem as mesmas funções, no mesmo sistema de gestão e sofrendo as mesas cobranças, o que caracteriza a contratação fraudulenta destes bancários e bancárias.
“Está muito claro que o Santander continua praticando contratação fraudulenta de mão-de-obra e essa ilegalidade não pode continuar", avalia a diretora do Sindicato do Rio Maria de Fátima, que também é funcionária do banco.
Fugindo do debate
O Santander alegou que não teria condições de dar continuidade a sua participação no MPT nesta quinta-feira, por haver a necessidade da presença de profissionais responsáveis por outras áreas envolvidas e representantes das demais empresas e solicitou o reagendamento da audiência para seguir com o debate. O MPT se comprometeu em agendar uma nova audiência e comunicar a nova data à Contraf-CUT e ao Santander.