Sexta, 23 Agosto 2024 19:16
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Santander promete trazer resposta global no início de setembro

COE cobrou explicações para truculência do banco contra dirigentes sindicais e funcionários em ato pacífico, em São Paulo, e propostas concretas para as reivindicações dos bancários
A COE entregou uma carta aos representantes do Santander repudiando a truculência do banco e a violência da PM contra sindicalistas e funcionários, em São Paulo A COE entregou uma carta aos representantes do Santander repudiando a truculência do banco e a violência da PM contra sindicalistas e funcionários, em São Paulo Foto: Contraf-CUT

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Com informações da Contraf-CUT 

A COE (Comissão de Organização dos Empregados) cobrou da direção do Santander, em negociação nesta sexta-feira (23), em São Paulo, uma resposta global para as reivindicações dos funcionários e funcionárias

 O banco promete trazer propostas concretas na próxima reunião, no início de setembro. A data do novo encontro ainda não foi definida. 

Violência contra bancários 

Os representantes da COE expressaram indignação com a truculência do banco, acionando a Polícia Militar, que agiu violentamente com agressões físicas contra sindicalistas e empregados, inclusive mulheres. Os dirigentes sindicais entregaram ao Santander uma carta de repúdio aos lamentáveis acontecimentos ocorridos na manhã da última quinta-feira (22), na capital paulista, quando dezenas de pessoas foram reprimidas com cassetetes, gás de pimenta e armas de choque elétrico ao exercerem seu direito constitucional de manifestação na unidade Radar Santander. 

"Os protestos pacíficos visavam denunciar a contratação fraudulenta de mão de obra, mascarada em terceirizações, que precarizam conquistas trabalhistas e condições de trabalho. Mulheres foram agredidas, colegas foram derrubados ao chão e detidos. Além disso, parlamentares e advogados também foram atacados, agravando ainda mais a ilegalidade da ação da PM", disse a secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Rita Berlofa. 

"O Santander se mostrou ausente e indiferente, não enviando nenhum representante para intermediar a situação, ao invés de responder às reivindicações da categoria. Por isso, a COE Santander responsabiliza totalmente o banco pelos lamentáveis fatos ocorridos”, completou.

"Foram fatos lamentáveis de truculência e de mais um caso de prática antissindical do grupo espanhol contra trabalhadores brasileiros", destacou o diretor do Sindicato do Rio, Marcos Vicente, que participou da negociação. 

Fim da terceirização

O tema central da mobilização nacional, que culminou nos acontecimentos lamentáveis em São Paulo, foi a reivindicação pelo fim da implementação de projetos de terceirização. 

O movimento sindical exige que o banco cesse a prática e que seja disponibilizada uma relação contendo os nomes, matrículas, datas de admissão, condição sindical, base sindical e local de trabalho de todos os empregados.

O banco já foi condenado algumas vezes pela Justiça do Trabalho por contratação fraudulenta de mão de obra, já que utiliza suas próprias empresas terceirizadas para recontratar funcionários do banco, que acabam tendo prejuízos remuneratórios e perda de direitos que estão previstos na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria.  

“Muitos trabalhadores do banco estão completamente desamparados, excluídos da categoria bancária, com rendimentos e direitos cortados pela metade, sem saber a quem recorrer. Precisamos identificar esses profissionais para poder representá-los”, afirmou a coordenadora da COE, Wanessa Queiroz.

A COE apresentou ainda reivindicação de que, durante a vigência do ACT, quaisquer modificações substanciais nas condições coletivas de trabalho ou reestruturações de mão de obra de caráter coletivo sejam precedidas de negociações com os representantes sindicais. 

O Santander deverá fornecer informações suficientes para assegurar o bom andamento dessas negociações.

Reivindicações econômicas 

Entre as principais reivindicações econômicas, está o Programa de Participação nos Resultados para 2024. A COE propõe que o valor para 2024 seja de R$ 8.212,63.

Os trabalhadores querem também a implementação de uma bolsa de férias, cujo valor será concedido conforme o período de gozo das férias, previamente acordado com o gestor da área com uma antecedência mínima de dois meses. Defendem uma isonomia de tratamento com os trabalhadores da Espanha, país de origen e onde fica a matriz do banco, como isenção total de tarifas bancárias e anuidade de cartões de crédito, tanto para empregados ativos quanto aposentados, além do fim de taxas de juros para cheque especial, empréstimos e cartão de crédito e a criação de uma linha de de financiamento específica para a aquisição de moradia, com juros limitados a 4% ao ano, acrescidos da Taxa Referencial (TR).

Empréstimos especiais 

Os sindicalistas pediram ainda a concessão de empréstimos especiais sem juros para empregados que necessitem cobrir situações urgentes e justificadas, com valores equivalentes a até nove salários mensais, como nos casos em casos de casamento, mudança de residência, falecimento de parentes próximos, acidentes, reformas habitacionais, desastres naturais, processos de divórcio, nascimento de crianças e doenças graves. E também empréstimos menores, sem juros, equivalentes a até cinco salários mensais, para a aquisição de imóveis, veículos e pagamento de impostos.

Todos os empréstimos teriam amortização limitada a 10% do total dos recebimentos mensais do empregado e serão descontados em folha de pagamento ou debitados em conta corrente. Em caso de rescisão contratual, o saldo devedor poderá ser descontado das verbas rescisórias, com a autorização do empregado, até o limite de 30% da remuneração líquida mensal. O banco também ofereceria a opção de conversão para um empréstimo comercial consignado para pagamento do saldo remanescente.

"A manutenção do acordo aditivo com o Santander, assim como a ampliação dessas conquistas são  fundamentais para nós. Várias reinvindicações já são direitos dos funcionários na Espanha. Outra solicitação primordial é a representação de todos os funcionários do grupo Santander. Lutaremos até o fim para ter de volta esses trabalhadores. Vamos agora aguardar a resposta do banco, que lucrou comodemanda e pode atender às demandas dos bancários", concluiu Marcos Vicente. 

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