Sexta, 26 Julho 2024 21:20
ACORDO COLETIVO

COE reivindica ao Santander licença de um ano para fins de estudo e direitos para mulheres

Proposta é de licença não remunerada similar a que possuem os executivos do banco. Ações de proteção às bancárias vítimas de violência também fizeram parte da pauta
Marcos Vicente (segundo à esquerda) na negociação com o Santander: lucros permitem que o banco atenda as reivindicações dos funcionários Marcos Vicente (segundo à esquerda) na negociação com o Santander: lucros permitem que o banco atenda as reivindicações dos funcionários Foto: Contraf-CUT

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Com informações da Contraf-CUT 

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reuniu com a direção do banco nesta sexta-feira (26), na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Na pauta, as cláusulas sociais para renovação do Acordo Coletivo. .

Uma das reivindicações apresentadas foi a licença não remunerada de um ano para fins de estudos.

“Sabemos que altos executivos já desfrutam disso. Queremos que essa possibilidade seja aberta também para todos os bancários e bancárias O banco se diz preocupado com a qualificação profissional dos seus funcionários, logo esta é a oportunidade ideal para mostrar isso”, afirmou Wanessa Queiroz, coordenadora da COE (Comissão de Organização dos Empregados). 

Direitos das bancárias

Duas reivindicações feitas pelos dirigentes sindicais abordam os direitos das mulheres. A primeira é a garantia para que bancárias vítimas de violência possam se afastar por determinação judicial de seu local de trabalho, com a manutenção de seu salário e demais benefícios. A segunda é a garantia de ausências remuneradas, sem qualquer desconto, de três dias úteis consecutivos no mês para a empregada que sofra com dores no período menstrual. 

Responsáveis por PcDs

Os dirigentes sindicais defenderam também a redução de até 50% da jornada de trabalho, sem desconto de salário, para empregados responsáveis legais por pessoas com deficiência e dependentes de apoio de terceiros.

 “O que reivindicamos ao Santander não é nada de mais para um banco que lucra tanto e cujos resultados globais são em sua maior parte, garantidos graças ao trabalho dos bancários brasileiros", ressaltou o diretor do Sindicato do Rio e membro da COE, Marcos Vicente, que participou de mais esta mesa de negociação com a direção do banco espanhol.

O Santander registrou um lucro líquido recorrente de R$ 3,332 bilhões no segundo trimestre de 2024, uma alta de 44,3% na comparação anual, apoiado por aumento de empréstimos e das tarifas.

As próximas reuniões serão realizadas no dia 2 de agosto (Saúde) e 9 de agosto (Cláusulas Sindicais), ambas numa sexta-feira. 

Outras reivindicações 

- Ausências abonadas: Cinco dias úteis de ausências abonadas por ano civil, em datas pré-acordadas com o gestor da área.

- Vedação de descontos: Proibição de deduções e descontos diretamente na conta corrente do bancário, de qualquer verba recebida em decorrência do contrato de trabalho.

- Compromisso com o meio ambiente: Cancelamento e a suspensão imediata na concessão de crédito e investimentos para imóveis rurais e empresas com irregularidades socioambientais e a não concessão de créditos e promoção de investimentos para empresas e atividades prejudiciais à biodiversidade e ao clima.

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