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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Seria cômica, se não fosse trágica a decisão da diretoria do banco espanhol Santander de explicar à Comissão de Organização dos Empregados (COE), na próxima terça-feira (6/2), do que se trata o seu plano de reestruturação de agências, já implantado este ano. “A reestruturação já está a pleno vapor e mostrando seus efeitos danosos para os bancários e bancárias. O banco não fala em fechamento de agências, usa uma metáfora e fala em ‘fusão’, o que dá no mesmo: aumento ainda maior da sobrecarga de trabalho, com ameaça de demissões e para os clientes ainda maior queda na qualidade do atendimento”, disse Marcos Vicente, dirigente da COE e do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
“No encontro de terça-feira vamos dizer não à reestruturação”, adiantou. O Santander está chamando o plano de ‘Multicanalidade’, o que seria um projeto anunciado para oferecer diferentes canais de atendimento aos consumidores, que irá gerar reestruturação da rede de agências, já implementada pelo banco em 2024.
Wanessa Queiroz, coordenadora da COE Santander, afirma que o objetivo é que o banco respeite as cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e detalhe como será essa fusão de agências. “O processo já está em expansão e certamente cria ansiedade entre os trabalhadores. Também precisamos saber como fica o atendimento descentralizado dos gerentes, que já tem intensificado as metas e gerando sobrecarga para os trabalhadores das agências’’.
Sobrecarga
As principais dúvidas do movimento sindical são se haverá formação e suporte para quem fica nas agências para atender essa demanda de pessoas jurídicas dos gerentes, e como será a assistência a esses trabalhadores, que vão circular fora das agências.
Para a coordenadora da COE, o banco deveria ter iniciado o assunto da reestruturação em dezembro. “É um desrespeito do Santander sinalizar disposição para uma mesa de negociações quando a reestruturação já está acontecendo. São muitas mudanças e de alto impacto para os trabalhadores. Vamos pressionar para que o aditivo do banco seja cumprido, com manutenção dos empregos e com resposta para todas essas questões”.
Wanessa lembra que o Santander opera no Brasil como uma concessão pública. “É fundamental que em qualquer mudança ou reestruturação não seja excluída a prestação de serviço aos clientes, que pagam as tarifas suficientes para cobrir todos os custos operacionais, como a folha de pagamento”.
Banco de horas
A reunião também irá debater as horas negativas geradas na pandemia. A coordenadora da COE Santander reforça que já foram realizados três acordos para a compensação das horas com redutores conforme as horas pagas pelos trabalhadores, com acordo vigente até 31 de março deste ano. “Nossa meta é encerrar este assunto antes de março, com anistia das horas de quem foi totalmente afetado durante a pandemia’’.