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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Representantes da COE (Comissão de Organização dos Empregados) e do Santander reuniram-se na última segunda-feira (14), para debater o cumprimento da cláusula 87 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que prevê o diálogo entre as partes para tratar do acompanhamento das metas estipuladas e as cobranças feitas aos bancários. No encontro houve a apresentação da nova Vice-presidência de Recursos Humanos. No encontro foram retomadas ainda as negociações do Grupo de Trabalho sobre saúde no banco. As metas são estabelecidas pelos programas de incentivos aos funcionários da rede de agências no Brasil e o "Mais Certo", por meio do qual o Santander estabelece as metas.
Acompanhamento das metas
Os representantes do Santander disseram que o banco é o único que paga variável ao especialista de negócio do serviço, ou seja aos primeiros cargos que ingressam nas redes de agências.
O grupo espanhol apresentou ainda aos representantes dos trabalhadores a área de incentivos, as métricas e como se dá o acompanhamento das metas que são estabelecidas semestralmente e que são monitoradas e cobradas mensalmente pelos sindicatos.
Os bancários denunciaram o aumento de trabalhadores adoecidos em função da pressão e do assédio moral impostos aos funcionários para o atingimento de metas.
Os empregados relamam também que muitas vezes há alteração das métricas antes do fechamento do mês. O banco alegou que essas alterações ocorrem quando há algum erro sistêmico, mas alegaram que a empresa segue a meta semestral.
Metas diárias
Além do programa Mais Certo, o banco tem também o Índice Certo, que são metas diárias cobradas além daquilo que está estabelecido.
"Os gerentes têm de entregar 100% da meta, mas há um 'incentivo' de remuneração para aquele que entregam 150%, 200% da meta mensal. É uma pressão muito grande sobre os funcionários e é constrangedor para quem não atinge os resultados, sem falar no medo de ser demitido", relatou o diretor do Sindicato do Rio, Marcos Vicente, membro da COE, que participou da reunião na Torre Santander, em São Oaulo.
"A realidade é que hoje as metas são desumanas e estão adoecendo à categoria, um problema em todos os bancos privados ", acrescentou arcos, lembrando que os sindicatos continuarão acompanhando também "a forma com que o banco faz a avaliação de qualidade e a aplicação das normas de conduta".
Horas negativas
A COE reivindicou ainda um melhor treinamento dos funcionários para melhor atender aos clientes e evitar penalizações e advertências contra os bancários. Os sindicalistas aproveitaram o encontro para cobrar uma solução para as horas negativas devidas por alguns funcionários do período da pandemia de covid-19.
No último Fórum internacional sindical promovido pela UNI representantes de países da América Latina e da Espanha ficaram surpresos em saber que no Brasil os funcionários do Santander estão sendo cobrados a pagar estas horas.
"Vamos continuar cobrando o fim das metas abusivas, melhores condições de trabalho e de saúde e uma solução para as horas negativas referentes à covid-19.", conclui Marcos Vicente.