Sexta, 13 Outubro 2023 17:31

Assédio institucionalizado: Santander manda vídeo cobrando metas

Olyntho Contente*

Imprensa SeebRio

Quando se imaginava já ter visto todos os absurdos serem cometidos pelo Santander o banco espanhol surpreende com mais uma novidade negativa. A utilizada desta vez acabou tornando o assédio moral uma ferramenta utilizada de forma institucional.

Na peça, o banco insinua a sexta-feira 13 como um dia de azar para os trabalhadores que não baterem as metas, em especial àqueles que não dobrarem seus números, com os aceleradores disponíveis. “Cobramos o banco Santander para que reoriente os gestores e retire esse vídeo do aplicativo”, afirmou Wanessa Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

Marcos Vicente, dirigente da COE e do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, lembrou que o fato lamentável foi imposto justamente na semana em que atividades em todo o país chamam a atenção paro o adoecimento mental causado pela pressão no trabalho. “Esta é uma prática desumana que não vamos admitir, vamos denunciar à sociedade e cobrar que não aconteça mais”, afirmou.

Repúdio

Wanessa lembrou que no acordo coletivo de trabalho aditivo do banco há uma cláusula de relações laborais, que orienta os gestores sobre as boas práticas. “Nós repudiamos qualquer política, qualquer comunicado, qualquer orientação que indique uma prática de assédio moral”.

A dirigente destacou o quanto os trabalhadores têm sofrido com as cobranças de metas abusivas. “Isso tem impactado diretamente na saúde dos trabalhadores, com adoecimento físico e mental. De acordo com a última Consulta Nacional, realizada pela Contraf-CUT, 40% dos participantes alegam que fizeram use de remédios controlados nos últimos 12 meses”, disse ao lembrar que no próximo dia 26 está agendado uma reunião com o departamento de Relações Sindicais do banco para tratar do tema. “Os trabalhadores que sofrerem assédio moral, devem procurar os canais de denúncias do sindicato de sua base. Assédio moral é crime e gera adoecimento aos trabalhadores”, alertou.

 

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