Terça, 07 Fevereiro 2023 20:38

Sindicalistas denunciam ao governo Lula ataques do Santander ao Banesprev

Ministro Carlos Lupi recebe documento das mãos de dirigentes sindicais sobre banco espanhol Ministro Carlos Lupi recebe documento das mãos de dirigentes sindicais sobre banco espanhol

Olyntho Contente*

Imprensa SeebRio

Dirigentes do movimento sindical bancário e representantes dos participantes do Banesprev entregaram ao governo Lula denúncia dos ataques que vêm sendo promovidos pelo Santander ao fundo de pensão. O Banesprev administra os planos previdenciários de funcionários da maioria dos bancos adquiridos pelo Santander, entre eles o Banespa. Receberam o documento, no último dia 30, os ministros Carlos Lupi, da Previdência Social, e Alexandre Padilha das Relações Institucionais da Presidência da República.

O material relata violações às legislações trabalhistas e previdenciárias e também ao estatuto do fundo de pensão. Além de problemas em relação aos normativos – como retirada de patrocínio e transferência de gestão dos planos, decidida no dia 25 de novembro de 2022 – praticadas pelo banco Santander contra o Banesprev.

Cleyde Magno, secretária-geral do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, criticou a postura do banco espanhol. “O Santander resolveu retirar o patrocínio, prejudicando diversos aposentados que ao longo da vida contribuíram para desfrutar de uma aposentadoria decente, bem como seus pensionistas”, afirmou.

Ataque aos trabalhadores

No documento, os dirigentes destacam que, a partir de 2016, “os ataques [contra o Banesprev] têm sido avassaladores, com o Santander desrespeitando leis, normas, estatutos, regulamentos. Culminando agora [em novembro de 2022] com um pedido de retirada de patrocínio do banco aos planos que abrigam população idosa”.

Observam ainda que o Santander “quer se eximir das suas obrigações, dos passivos que foram computados para a redução do preço de aquisição do banco, e imputar aos idosos aposentados todos os riscos, toda a volatilidade do mercado financeiro na aplicação dos recursos que lhes forem atribuídos após a retirada do patrocínio”.

Crueldade do banco espanhol

A funcionária do Santander e secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, ressalta o “caráter cruel” da decisão do Santander, realizada de forma unilateral, sem debate algum com os associados dos planos previdenciários.

“Basicamente, essa decisão derruba as rendas mensais dos aposentados, uma vez que o banco deixa de se responsabilizar pela manutenção da reserva que garante a renda vitalícia”, explica. Ela destaca ainda que a retirada de patrocínio nada mais é do que o encerramento da relação contratual que existe com o Santander, como patrocinador, que deixa de contribuir para o plano de benefícios. “Com isso, ocorre a quebra do mutualismo e o encerramento dos benefícios vitalícios, trazendo perdas irreparáveis para os aposentados”, afirmou.

 

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