Sexta, 03 Fevereiro 2023 15:50
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Queda de resultados do Santander reafirma importância de acordos coletivos

Assinatura de acordos coletivos garantem direitos do trabalhador e protegem contra possíveis prejuízos na participação dos lucros, em função de oscilações do mercado que podem reduzir resultados das empresas Assinatura de acordos coletivos garantem direitos do trabalhador e protegem contra possíveis prejuízos na participação dos lucros, em função de oscilações do mercado que podem reduzir resultados das empresas

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O Santander divulgou na última quinta-feira (2) seus resultados financeiros do quarto trimestre. O banco espanhol apresentou Lucro Líquido gerencial de R$ 12,9 bilhões, queda de 21,1%, em relação a 2021. Também houve queda do Lucro Líquido gerencial de 45,9% no 4º trimestre, em relação ao 3º trimestre anterior (R$1.689, frente aos R$ 3.122 bilhões registrados no período subsequente). O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) também apresentou queda de 4,9 pontos percentuais em doze meses e ficou em 16,3%. 

A principal explicação para a retração nos ganhos do banco, segundo a própria holding espanhola, é o crescimento da Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), uma estratégia utilizada pelos bancos para manter o dinheiro dos ganhos em caixa, sob a alegação de elevação do risco de inadimplência.

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) pontua também o rombo no grupo ‘Americanas S.A.’ como fato relevante para informar a detecção de inconsistências contábeis em demonstrações financeiras de exercícios anteriores, estimadas em cerca de R$ 20 bilhões.

“A retração nos lucros do banco reafirma a importância dos acordos coletivos para o trabalhador. Os bancos utilizam da PDD para apresentar resultados oficiais dos lucros inferiores, o que repercute negativamente nos ganhos da participação nos lucros dos funcionários, podendo impactar no PPRS, o programa próprio de distribuição dos lucros do banco. Porém, isso não vai ocorrer, graças à negociação do aditivo que os sindicatos firmaram com o Santander, que impede a alteração das faixas, como pretendia o banco”, explica o diretor do Sindicato do Rio, Marcos Vicente, que é representante da COE.

Poucos empregos

Apesar dos lucros ainda muito altos, o Santander como as demais instituições financeiras privadas, demite em massa e contrata poucos funcionários, preferindo ampliar as terceirizações e os serviços digitais. A holding espanhola encerrou 2022 com 52.603 vagas, com abertura de apenas 56 postos de trabalho em doze meses, considerando que foram abertos 1.389 postos de trabalho no quarto trimestre do ano. Mas o resultado anual foi ruim, levantando-se em consideração que o banco, no terceiro trimestre de 2022, havia fechado 385 postos de trabalho.
Em 2022, o banco fechou 286 agências e 118 postos de autoatendimento (PABs). 

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