Quinta, 08 Setembro 2022 17:57
INTRANSIGÊNCIA

Diretoria do BNDES segue linha do Governo Bolsonaro e encerra negociação

Banco insiste em retirar direitos, interrompeu mesa com funcionários e comunicou que apenas retoma conversas com mediação do TST
O BNDES segue a cartilha do governo Bolsonaro e insiste em retirar direitos dos funcionários O BNDES segue a cartilha do governo Bolsonaro e insiste em retirar direitos dos funcionários

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

 

A direção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) encerrou as negociações com seus funcionários, nesta quinta-feira (8), sem um acordo com a categoria e anunciou que só retornará as conversações com a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

O BNDES é o único banco do país, entre públicos e privados, que ainda não fechou acordo na Campanha Nacional 2022. Na avaliação do movimento sindical, a direção da empresa segue a linha política do governo Bolsonaro e cria um impasse desnecessário, se negando a buscar uma saída negociada.

“O BNDES segue integralmente a cartilha do governo Bolsonaro de retirar direitos dos trabalhadores e sempre cria dificuldades nas negociações com os funcionários gerando um impasse que é um desrespeito com a categoria”, criticou o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) Vinícius Assumpção. .

Assembleia rejeitou proposta

Os empregados rejeitaram, em assembleia realizada no dia 24 de agosto, por 98,09% dos 1.677 votos, a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) feita pelos representantes do Sistema BNDES, que inclui, além do banco, as subsidiárias BNDESPAR e Finame. “Os funcionários já deram seu recado em relação à prática intransigente, rejeitando a proposta do banco em assembleia. Um dos principais pontos responsáveis por essa esmagadora recusa é a tentativa de mudanças no plano de saúde, com a perda de direitos históricos adquiridos”, explicou o sindicalista.

Criação de GT

A Comissão dos Empregados defendeu a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para a discussão do plano de saúde, a renovação automática do ACT e, no mínimo, a adoção das cláusulas econômicas negociadas para toda a categoria com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). 

 “Mas nem isso eles aceitaram”, completou Vinícius.

O diretor do Sindicato do Rio Rogério Campanate também criticou a postura do BNDES. “Não é possível que todos os bancos públicos e privados tenham chegado a um acordo e o BNDES trate seus funcionários com tanto desrespeito e arbitrariedade. Já virou uma marca dessa diretoria, todos os anos, a sua intransigência”, ressaltou.

 

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