Sexta, 01 Outubro 2021 19:40

Santander ignora covid-19 e cansaço e convoca funcionários para evento no sábado

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Na maior cara de pau, o Santander divulgou vídeo convocando os funcionários a participar de um evento do banco na manhã deste sábado (2/10) na estação do Metrô do Largo da Carioca. Nas imagens, os gestores frisam que é apenas um convite e que o comparecimento não é obrigatório, mas acrescentam que ‘esperam a participação de 100% dos colaboradores’, numa óbvia pressão sobre todos.

Marcos Vicente, diretor do Sindicato e membro da Comissão de Organização dos Empregados (COE), classificou o vídeo como uma evidente coação aos já esgotados funcionários obrigados a trabalhar em número reduzido em agências com filas, altamente expostos à contaminação pela covid-19. “O Santander submete a nós todos a uma situação de sobrecarga de trabalho, demitindo em massa, e, agora, convoca para um evento festivo. Para festejar o quê, num sábado, dia de folga? E ainda promove aglomeração aumentando o risco de contaminação pela covid-19, num ambiente fechado, como é o caso da estação do Metrô”, criticou.

Como o banco afirmou que a presença não seria obrigatória, o dirigente orientou os bancários a denunciarem casos de pressão de gestores. “Vamos tomar as providências cabíveis”, adiantou.

Retorno ao trabalho

Mesmo com uma média de mais de 500 mortes diárias há mais de duas semanas, à lentidão da vacinação e à expansão perigosa da variante Delta em estados como Rio de Janeiro, o Santander decidiu pelo retorno ao trabalho de 10 às 16 horas nas agências, a partir da próxima segunda-feira. O banco espanhol, desta forma, ignora a gravidade da pandemia, suspendendo o horário anterior, de 9 às 14 horas, que era uma medida de prevenção à contaminação.

O Brasil registrou nesta quarta, 695 mortes de covid-19, elevando o total para 596.163. É o segundo no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com mais de 695 mil óbitos.

A decisão do Santander aumenta o risco de infecção de bancários e clientes, que ficarão expostos por mais tempo, em ambientes fechados, com o manuseio de papéis, dinheiro e outros objetos. A alegação do banco é de que a maioria das empresas, comércio e outras atividades já teriam retornado a normalidade. E devido a isso, o movimento das agências teria aumentado, causando filas para o atendimento.

 

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