EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Fonte: Contraf-CUT
As mudanças e novas tecnologias, bem como os ataques aos direitos dos trabalhadores pelo Governo Bolsonaro levam, cada vez mais, trabalhadores a buscarem a representatividade na categoria bancária, para garantir as conquistas da única Convenção Coletiva Nacional do país e fortalecer a unidade na proteção ao emprego e na qualidade das condições de trabalho.
Esta foi a temática que norteou a 4ª Conferência Nacional dos Financiários, realizada na quarta-feira, dia 11 de agosto, por meio digital.
Os painéis debateram temas, como remuneração, emprego e condições de trabalho. “Apesar de não ter negociação este ano, precisamos iniciar a preparação desde já para a negociação do próximo ano, que promete ser muito difícil”, afirmou Jair Alves, coordenador da Comissão de Negociação com as financeiras.
Redução de mão de obra
Na avaliação do movimento sindical, a atividade dos financiários foi uma das mais impactadas pela pandemia, com forte redução de postos de trabalho. As financeiras não foram consideradas como serviços essenciais durante a pandemia da Covid-19. A organização de luta destes trabalhadores foi apontada como um dos principais desafios da categoria.
Algumas financeiras viraram bancos e atacam direitos históricos dos empregados.
Sequelas da Covid-19
As sequelas da Covid-19 são uma das maiores preocupações dos trabalhadores do setor, como ocorre nas demais categorias da classe trabalhadora.
“Sabemos que a maioria dos trabalhadores que tiveram Covid-19 tem sequela. Isso nos preocupa muito, tem que ser monitorado e as financeiras têm responsabilidade. Imagine você trabalhar com excesso de sono, cansado, falta de memória, dificuldades de cognição. Isso vai atrapalhar seu desempenho, vai impedir de bater as metas. Nós temos que negociar com as financeiras os direitos de tratamentos, cuidados especiais para esse tipo de trabalhador”, disse no encontro, Mauro Salles, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, a Confederação que reúne os trabalhadores do ramo.
Os participantes lembraram que a maioria das pessoas sofre algum tipo de sequela do vírus e o movimento sindical defende que as empresas acompanhem cada caso e garantam toda a assistência médica e psicológica necessárias, garantindo os empregos e as condições de trabalho.
As sequelas tornam ainda mais difícil para os funcionários atingirem as metas, que são cada vez mais desumanas e os sindicatos querem que as empresas assumam a responsabilidade na proteção da saúde do trabalhador. Como nos bancos, os trabalhadores consideram inaceitáveis as metas abusivas, ainda mais em plena pandemia.
Emprego e remuneração
No painel sobre a atual situação do emprego e da remuneração no setor, a economista da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Catia Uehara, fez uma apresentação revelando que o Banco Central tem 59 financeiras registradas no Brasil, que, juntas, lucraram mais de R$2 bilhões em 2020, mesmo com a pandemia. Apesar da alta lucratividade, o setor teve queda de 44,5% nos ganhos em comparação com 2019.
Ao final, os delegados aprovaram a pauta específica de reivindicações dos financiários, que será encaminhada à Fenacrefi (Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento).