Quarta, 30 Setembro 2020 20:01

BNDES se nega a continuar negociações e campanha será mediada pelo TST

A direção do BNDES teve uma postura intransigente e arbitrária durante toda a campanha salarial dos funcionários, atacando os direitos dos trabalhadores e o movimento sindical A direção do BNDES teve uma postura intransigente e arbitrária durante toda a campanha salarial dos funcionários, atacando os direitos dos trabalhadores e o movimento sindical

A direção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi a maior decepção de toda a campanha salarial da categoria bancária este ano. A empresa soltou um comunicado informando que não negociará mais a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho dos empregados do sistema BNDES com os trabalhadores na mesa de negociações bipartite e que as negociações somente ocorrerão com a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

O vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) Vinícius de Assumpção, que faz parte da comissão de representação do funcionalismo do banco, criticou a decisão da direção da empresa.
“Lamentamos essa decisão da diretoria do BNDES. Pedimos a mediação do TST, mas dissemos ao banco, em mesa de negociações, que não queríamos encerrar as negociações na mesa bipartite e que a busca da intermediação era apenas o cumprimento de um trâmite formal para a continuidade do diálogo em busca da solução. Em momento algum, o banco disse que se pedíssemos a intermediação do TST o banco encerraria as negociações bipartites”, completou.

Ataque aos direitos

Na avaliação de Vinícius, desde o início da campanha saalarial, o BNDES deixou clara a sua intenção de retirar direitos dos trabalhadores e atacar as organizações de representação sindical para tentar enfraquecer a organização de luta do funcionalismo. O sindicalista lembra que a representação dos trabalhadores sempre esteve disposta a dialogar e a encontrar uma saída negociada. “Buscamos conversas para tentar encontrar uma solução. Mas, desde o início, uma parcela da diretoria do banco, que não são de carreira, manteve uma postura de não resolver a situação. Eles estão lá apenas para garantir que fosse cumprido o que o governo quer. Não nos restou alternativa a não ser buscar essa mediação, pois estava vencendo os 30 dias de manutenção da ultratividade dos direitos que conseguimos na Justiça”, argumentou Vinícius, ressaltando que a mediação do TST não significa a judicialização do processo de negociações.

“A diretoria precisa dizer a verdade para o funcionalismo do BNDES. Não pode confundir e dizer que sentou na mesa com disposição de encontrar soluções, o que não vem acontecendo. São dois meses e até agora o que avançou? Só as cláusulas econômicas e mesmo assim seguindo a Fenaban, que também tem presença na mesa e nada resolveu”, completa o vice-presidente da Contraf-CUT.

 

Informações colhidas no site da Contraf-CUT

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