Quarta, 02 Setembro 2020 00:10

Funcionários rejeitam, por esmagadora maioria, proposta de retirada de direitos do BNDES

Em mais uma assembleia histórica, funcionalismo diz não à intransigência do presidente Gustavo Montezano e de sua diretoria com 85,93% dos votos
Gustavo Montezano, que preside o BNDES, ao lado do presidente Jair Bolsonaro: o banco insiste na retirada de direitos e desrespeita o funcionalismo Gustavo Montezano, que preside o BNDES, ao lado do presidente Jair Bolsonaro: o banco insiste na retirada de direitos e desrespeita o funcionalismo

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

A assembleia virtual dos funcionários do BNDES realizada na terça-feira, dia 1º de setembro, foi mais uma resposta contundente dos trabalhadores contra a intransigência do presidente Gustavo Montezano e de sua diretoria nas negociações com a Comissão dos trabalhadores do banco. Quase que a totalidade do quadro de funcionários rejeitou a proposta do banco de retirada de direitos: 85,93% dos votos (2.022). Apenas 13,43% (316) aprovaram a proposta de um total de 2.353 votos, sendo 15 abstenções (0,64%).

“Foi claro o recado do funcionalismo, que com amplíssima maioria, rejeitou a proposta de retirada de direitos, dando um não rotundo à postura intransigente do presidente do BNDES, Gustavo Montezano, e de sua diretoria. O resultado da assembleia reflete toda a insatisfação dos funcionários com um impasse completamente desnecessário criado pela empresa nas negociações com os trabalhadores”, disse o vice-presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Vinícius de Assumpção. A Comissão de representação dos empregados é composta ainda por sindicatos da categoria e associações dos funcionários.

Desrespeito ao funcionalismo

Vinícius disse que a expectativa do movimento sindical é de que nesta quarta-feira, dia 2 de setembro, a direção do banco recue de sua postura arbitrária.

“Reafirmamos a nossa disposição de encontrar uma saída negociada e esperamos que a empresa apresente uma proposta digna, que atenda aos anseios do funcionalismo, que é quem de fato, constrói a grandeza desta instituição pública tão relevante para o desenvolvimento do Brasil”, acrescenta.

O BNDES está isolado e na contra mão de todas as demais instituições financeiras do país, que desistiram da política de retirada de direitos e caminharam para um acordo, tanto na mesa única da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), como nos acordos coletivos dos bancos públicos.

“Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e Banco da Amazônia (Basa) seguiram a decisão da mesa da Fenaban e chegaram a um acordo nas questões específicas de seus trabalhadores. Nada justifica esta posição isolada e arrogante do BNDES de total desrespeito aos seus funcionários”, completa Vinícius.

 

 

Os ataques aos direitos dos funcionários

 

  • O BNDES quer modificar a cláusula que garante uma série de procedimentos em caso de desligamento, eliminando a garantia de defesa e do contraditório.
  • O banco apresenta uma nova redação retirando as travas e proteções, facilitando os ataques ao funcionalismo.
  • O banco retira uma cláusula importante para possibilitar mudanças no estatuto da Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES (FAPES), a entidade de previdência complementar dos funcionários.
  • A proposta do BNDES ataca frontalmente os direitos de organização e democracia dos trabalhadores, retirando do Acordo Coletivo de Trabalho o direito à reunião para organização de luta dos trabalhadores, acesso aos dirigentes das associações à empresa, além de retirar o repasse das mensalidades e cortar as liberações para trabalho sindical.

 

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