Quarta, 26 Agosto 2020 00:47

Negociação começa, mas BNDES não sinaliza o Pré-acordo

Tempo curto para o acordo preocupa funcionários. Amanhã (26) haverá nova negociação
O BNDES demorou 22 dias para marcar a primeira negociação e se nega a assinar um Pré-Acordo, o que preocupa dos funcionários O BNDES demorou 22 dias para marcar a primeira negociação e se nega a assinar um Pré-Acordo, o que preocupa dos funcionários Sérgio Moraes

A representação dos funcionários do Sistema BNDES (Sindicato dos Bancários do Rio, Contraf-CUT e associações dos trabalhadores da empresa) divulgou nota na terça-feira, 25 de agosto, sobre a negociação com a direção do banco, quando cobrou da empresa um Pré-acordo, já que há pouco tempo para as partes chegarem a um consenso sobre o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do funcionalismo. “Há pouco tempo para os debates a respeito da campanha salarial, visto que a data-base da categoria é 1º de setembro, na próxima terça-feira. Temos portanto até segunda (31/8) para por fim ao impasse, criado pelo banco”, disse o vice-presidente da Contraf-CUT Vinícius de Assumpção.

“Com o fim da ultratividade, imposta pela reforma trabalhista, o acordo vigente perde a validade e, sem um pré-acordo, os trabalhadores ficam desprotegidos, sem a garantia de seus direitos”, explica Vinícius, que participa das mesas de negociações.

A reunião só foi possível porque, desta vez, a direção do banco aceitou a presença completa da representação dos empregados, definida na Assembleia Geral Extraordinária do dia 3 de agosto e ratificada na assembleia ocorrida no último dia 21 de agosto, sexta-feira.

Logo na abertura da reunião, Vinícius propôs a assinatura de um Pré-Acordo para garantir os direitos estabelecidos no Acordo em vigência até que um novo documento seja firmado. Aliás, tal pleito já tinha sido encaminhado pela Contraf-CUT à administração do BNDES no dia 13 de agosto.

Renovação do acordo 2018

Mesmo com o prazo apertado, a Comissão do Banco disse acreditar que há tempo suficiente para negociar e firmar o ACT de 2020 até o dia 31 de agosto, argumentando assim, que não via necessidade de assinar um Pré-Acordo, posição o que não traz segurança para os funcionários. A representação dos empregados, por sua vez, insistiu na assinatura do Pré-Acordo. A Comissão do Banco, no decorrer do debate, propôs passar ponto a ponto o documento apresentado pelo corpo funcional (composto de 38 cláusulas) – usando, como justificativa, “o pouco conhecimento da direção da empresa sobre os temas presentes no ACT de 2018”. Os trabalhadores argumentaram ainda que qualquer mudança no Acordo Coletivo de 2018 – resultado de uma construção de décadas, com cláusulas discutidas e aperfeiçoadas ao longo de muitos anos – seria uma alteração drástica, o que demandaria do corpo funcional tempo para analisar e refletir sobre tal modificação. Os funcionários querem renovar o documento na íntegra, sem modificação ou cláusulas novas.

Após uma pequena pausa, a empresa apresentou a proposta de discutir um calendário temático para a apreciação da pauta de reivindicações, mas os trabalhadores lembraram que é preciso levar em conta o tempo apertado até o vencimento do acordo vigente e insistiram na necessidade de um Pré-Acordo em função da demora do banco em marcar uma negociação somente após 22 dias desde a entrega da minuta de revindicações para a direção do BNDES.

Os representantes da empresa ficaram de avaliar internamente os próximos passos e apresentar uma posição já na quarta-feira (26), quando acontece a segunda rodada de negociação.

A representação dos funcionários realizou ainda uma reunião virtual com o objetivo de passar ao corpo funcional benedense informes sobre a primeira rodada da negociação. Duzentos e vinte trabalhadores participaram do encontro.

Diante do impasse criado pelo banco, a Comissão dos Empregados definiu os próximos passos a serem dados (confira abaixo), o que representa uma  oportunidade para os empregados darem uma resposta às propostas do Banco em função do estreito espaço de tempo em que a administração insiste em realizar a negociação.

“É claro que esta proposta colocaria um peso enorme sobre os ombros dos empregados do Sistema BNDES e da administração, mas nos parece o único caminho para que uma negociação respeitosa ocorra”, afirma Vinícius.

Se algum empregado quiser participar do trabalho de fundamentação das cláusulas do ACT 2018, pode enviar e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

 

Próximos Passos da Campanha Salarial

  • Quarta-feira (26): fazer a revisão de todas as cláusulas do Acordo de 2018, para que seja apresentada no prazo mais breve possível à administração do Banco
  • Quinta-feira (27): Deixar para que o Banco apresente sua proposta em face à apresentação das cláusulas feita na quarta-feira
  • Sexta-feira (28): Os empregados realizariam uma primeira Assembleia para avaliação da proposta do Banco
  • Caso não haja a aprovação da proposta do BNDES na sexta-feira, os funcionários aguardariam o fim de semana para receber novas propostas e, eventualmente, submetê-las à nova Assembleia Geral Extraordinária
  • Segunda-feira (31) ficaria como último dia para uma Assembleia final, no caso da eventualidade de um impasse.

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