Terça, 25 Agosto 2020 18:37
EFEITO BOLSONARO

BNB segue intransigência dos demais bancos e não apresenta proposta

Direção do banco ataca direitos, não garante seguir decisões da mesa única da Fenaban e nem aplicar a ultratividade
BNB segue intransigência dos demais bancos e não apresenta proposta Arte: Contraf-CUT

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

A cada negociação geral com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e nas mesas específicas das instituições financeiras, os bancários percebem que a negociação da campanha salarial é uma das mais duras da história da categoria. Afinados com a linha do Governo Bolsonaro de retirar direitos e achatar salários dos trabalhadores, os bancos estão bem à vontade para rejeitar as reivindicações dos bancários. No Banco do Nordeste do Brasil não foi diferente, na reunião dos representantes da empresa com a  Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (CNFBNB). O banco afirmou que não tem autorização do Governo Federal para seguir a integralidade do que for acertado na mesa única de negociações entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários.
A Mesa única é uma estratégia vitoriosa da categoria e, no ano passado, os trabalhadores de bancos públicos só conseguiram aumento acima da inflação, graças a esta unidade nas negociações gerais com a Fenaban.

“O governo federal só defende os interesses da burguesia, especialmente do setor financeiro e especuladores. A categoria e todos os trabalhadores têm de estar unidos e mobilizados para preservar direitos e conquistas”, explica o vice-presidente do Sindicato do Rio Paulo Matileti.

Reajuste zero

O BNB na mesa de negociação deixou claro que “a preço de hoje, o reajuste é zero” e justificou a suspensão do adiantamento do crédito dos vales e do cartão refeição – que durante a pandemia de Covid-19 ocorreu sempre nos dias 22 de cada mês – por estar esperando o desfecho das negociações.
Após as duas primeiras reuniões, ocorridas nos dias 10 e 14 de agosto, o banco somente apresentou posicionamento sobre seis das 62 cláusulas da pauta específica dos funcionários, as que tratam do abono das horas não trabalhadas durante a pandemia do Covid-19;do Comitê de Crise Covid-19;da comissão paritária para debater a implantação do home office; dos direitos dos delegados sindicais e do Plano de custeio da Camed, o plano de saúde dos empregados.

Sobre a 17ª cláusula 17ª referente ao Vale Transporte durante a pandemia, o banco afirmou estar construindo uma proposta para apresentação posterior às entidades.

Aguardando o Governo

Em relação às três cláusulas da CCT sobre as quais se posicionou na negociação, a direção do BNB disse que vai aguardar orientações do governo federal e as negociações com a Fenaban. São elas, a da 13ª cesta alimentação e do reajuste e desconto negocial.

Diante da postura da direção do BNB que gerou impasse nas negociações, o movimento sindical não descarta a possibilidade de uma greve nacional da categoria.

 

Fonte: Contraf-CUT

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