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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Os funcionários do Mercantil do Brasil estão indignados com a postura intransigente da direção do banco nas negociações realizadas na quarta-feira, dia 19 de agosto. Além de negar as reivindicações dos bancários, a empresa cogitou reduzir a remuneração dos trabalhadores em até 50% dos salários dos mais de 100 trabalhadores que se encontram afastados e sem home office e a suspensão temporária do contrato de trabalho, o que já havia sido rechaçado pelo movimento sindical na última reunião sobre o tema. A intenção do banco está baseada na Medida Provisória 936/2020, do Governo Bolsonaro, que permite a redução de salários e a suspensão dos contratos de trabalho.
Acordo individual prejudica trabalhador - O Mercantil reafirmou também a possibilidade de firmar acordos individuais diretamente com os empregados, sem diálogo com o movimento sindical, o que facilita as imposições patronais em prejuízo dos bancários.
“É uma desumanidade esta proposta do Mercantil que, além de rejeitar as reivindicações dos bancários, insinua reduzir pela metade os salários destes funcionários em plena pandemia e ainda ameaça suspender os contratos de trabalho. Se o setor financeiro não teve os maiores lucros de todos os tempos, não teve nenhum prejuízo. Não há porque reduzir salários. É lastimável esta postura da direção do banco”, critica Marlene Miranda, diretora do Sindicato do Rio e membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados).
Mediação do MPT
A negociação foi mediada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPT/MG). A reunião ficou tensa com a insistência do Mercantil em querer reduzir pela metade os salários de funcionários afastados. O movimento sindical apresentou por escrito uma contraproposta sobre o Acordo Coletivo de Trabalho para disciplinar os planos emergenciais, visando a proteção do emprego daqueles que se encontram afastados de suas atividades e sem home office.
Os sindicatos criticam ainda o fato de o banco demitir trabalhadores em plena crise da pandemia.
Proposta dos sindicatos
A proposta dos representantes da categoria visava trazer tranquilidade aos bancários afastados, como o abono de todas as horas extras negativas até 30 de junho deste ano, possibilidade de compensação das horas não trabalhadas até 31 de maio de 2021, deságio de 30% no total de horas devidas a partir do dia 1º de julho de 2020, que as horas trabalhadas aos sábados, domingos e feriados e as horas noturnas não sejam computadas no banco de horas e sim pagas como horas extras, validade do banco de horas até 31 de maio de 2021 e que, após essa data, seja feito o pagamento de todas as horas extras existentes de acordo com a CCT Fenaban e a redução de, no máximo, 25% do salário e que o banco complete a renda até o valor do salário líquido para não haver prejuízo para os bancários.
Ficou acertado que o Mercantil deve encaminhar a nova proposta, por escrito, ao Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região e à Fetrafi/MG até esta quinta-feira (20), ficando agendada nova negociação, com mediação do MPT, para o dia 25 de agosto (terça-feira), às 10 horas.
Fonte: Contraf-CUT