Sexta, 17 Julho 2020 15:46

Mercantil: bancários conquistam indenizações para demitidos e garantias para funcionários da ativa

Apesar de não conseguir suspensão das dispensas, bancários avançam em reunião mediada pelo MPT uma semana após o Dia Nacional de Luta
O Mercantil do Brasil demitiu 60 trabalhadores em plena pandemia. Em reunião com o MPT, sindicatos conseguiram medidas para amenizar o sofrimento dos bancários O Mercantil do Brasil demitiu 60 trabalhadores em plena pandemia. Em reunião com o MPT, sindicatos conseguiram medidas para amenizar o sofrimento dos bancários

 No último dia 15 de julho, os bancários do Banco Mercantil do Brasil conquistaram uma proposta de indenização para os funcionários demitidos, além de garantias para os trabalhadores da ativa, com abrangência nacional. , de negociação com a direção do Mercantil do Brasil.

A reunião foi mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e aconteceu exatamente uma semana após o Dia Nacional de Luta contra as demissões.
Os representantes dos trabalhadores reivindicaram o cancelamento das mais de 60 demissões realizadas no Mercantil em todo o país, desde o dia 1º de junho e a garantia de não demissão por parte do banco enquanto vigorar o decreto de Calamidade Pública em decorrência da Covid-19. O Mercantil, porém, permaneceu intransigente e não concordou com a reintegração dos desligados.
Diante do impasse, a representação sindical propôs o pagamento de indenizações que pudessem, ao menos, diminuir o sofrimento das dezenas de funcionários. Com isso, os trabalhadores conseguiram arrancar uma proposta do banco que também protege empregos de funcionários da ativa. A proposta tem abrangência nacional.

Detalhes da proposta

Pagamento de indenização a todos os trabalhadores demitidos a partir do dia 1º de junho no valor total de R$ 3.500,00. Destes, R$ 2.500,00 representam uma rescisão complementar a ser paga em dinheiro através de depósito em conta corrente até o dia 24 de julho. Já os outros R$ 1.000,00 serão pagos no cartão da cesta alimentação. Os demitidos que, por ventura, tenham encerrado a conta corrente no Mercantil, deverão procurar o RH do banco para que seja efetuado o depósito em outra conta fornecida.
Majoração da indenização de requalificação profissional prevista na Convenção Coletiva de Trabalho no valor de R$ 2.000,00. O valor será reembolsado através de apresentação de nota fiscal correspondente ao curso escolhido pelo bancário, com data limite para apresentação no dia 31 de dezembro de 2020. Ampliação da assistência médica hospitalar e do plano odontológico por mais seis meses, sem prejuízo aos prazos garantidos e determinados pela CCT.
Seguro de vida no valor de R$ 130.000,00, até o dia 31/12/2020, a todos os empregados demitidos a partir do dia 1/6. Compromisso do Mercantil do Brasil em não demitir até o dia 31/08/2020, salvo em caso de demissão por justa causa.

Funcionários afastados

O movimento sindical se comprometeu com a definir um calendário para discussões e deliberações acerca de um acordo para os mais de 150 funcionários do Mercantil do Brasil que, atualmente, estão afastados de suas funções e sem home office, dentro dos parâmetros da Medida Provisória (MP) 936, com uma pauta que seja benéfica a esses trabalhadores.

“Não conquistamos ainda tudo o que os bancários merecem, especialmente a suspensão das demissões, mas o acordo pelo menos reduz o sofrimento dos trabalhadores dispensados. Arrancamos ainda o compromisso de que o banco não irá demitir mais até o dia 31 de agosto de 2020 em função da pandemia”, avalia a diretora do Sindicato do Rio e membro da COE (Comissão de Organização de Empresa), Marlene Miranda.

Os sindicalistas lembram que a luta pela preservação dos empregos será uma das prioridades levada à Campanha Nacional junto à Fenaban (Federação Nacional dos Bancos).

 

Fonte: Contraf-CUT

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