EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente
Imprensa SeebRio
Em assembleias virtuais realizadas em todo o país, na terça e quarta-feira (30 de junho e 1º de julho), os bancários do banco Safra aprovaram o acordo coletivo emergencial de trabalho a vigorar durante a pandemia do novo coronavírus.
O ACT blinda os funcionários dos prejuízos que seriam causados pela Medida Provisória 936, editada pelo governo Bolsonaro, entre eles, a suspensão do contrato de trabalho e dos salários, ou a redução da salarial entre 25% e 75%.
No Rio de Janeiro, a aprovação contou com o apoio de 82,86% dos funcionários. Votaram 54,69% da base do Safra na capital fluminense.
Principais itens
Os destaques do acordo são a manutenção dos empregos por um período de 60 dias, prorrogáveis por mais 60, e a complementação feita pelo banco que, somada à verba emergencial prevista na MP, mantém o mesmo valor do salário líquido, mesmo com a adoção pelo Safra de uma redução de 25% da jornada e da remuneração, autorizada pela medida provisória.
Ataques do Governo
A presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, frisou que, frente aos ataques do governo via medidas provisórias, jogando sobre as costas dos trabalhadores os efeitos da crise causada pela pandemia, o acordo garantiu o principal: os empregos e a remuneração, ao contrário do que vem acontecendo com outras categorias. A MP 936 previa, ainda, que a suspensão do contrato de trabalho ou a redução de até 75% do salário seria negociada individualmente, o que prejudicaria ainda mais os trabalhadores. Por pressão dos sindicatos e da Contraf-CUT, o Safra concordou em negociar coletivamente com o Sindicato, o que evitou as perdas previstas na MP.
Gratificação de 55%
Outro item importante do ACT garantiu a criação de uma gratificação de 55% para quem já trabalha 8 horas por dia e recebe duas extras, em que se encaixam algumas funções, como gerentes de agência, gerentes de clientes private, gerentes de contas pessoa física e jurídica e de contas corporativas. A gratificação significará um reajuste de 3,3% na remuneração.
Bolsonaro agrava a crise
Para Adriana o governo federal se exime da responsabilidade de garantir a manutenção de empregos, não cobrando esta responsabilidade social dos setores altamente lucrativos, como os bancos e não investindo recursos públicos em pequenas e médias empresas. Mas edita MPs jogando a crise sobre os assalariados, levando o Brasil na direção contrária de outros países. A União economiza recursos em plena pandemia, agindo de forma irresponsável, aumentando a crise social e econômica e boicotando o isolamento social. O resultado é o pior possível: mais desemprego, caos econômico e aumento dos casos de contaminados e mortos pela Covid-19.