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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da Contraf-CUT
Que o sistema financeiro está sempre entre os setores mais lucrativos do Brasil todo mundo já sabe. Mas quando uma instituição atinge um crescimento de 706,2% nos lucros numa economia que ainda encontra dificuldades para se recuperar, é algo fora de qualquer previsão ou análise racional.
É o caso do banco Inter, que obteve este crescimento absurdo nos ganhos no 1º trimestre de 2024, um lucro recorde de R$ 195,2 milhões.
Além disso, a Carteira de Crédito atingiu R$ 32,1 bilhões, com alta de 27,9% em doze meses.
Demissões crescem
No entanto, os números extraordinários escondem uma triste realidade. Os funcionários e funcionárias do banco sofrem com sobrecarga de trabalho e cobrança excessiva de metas.
O número de clientes do Inter aumentou em 5,4 milhões nos últimos doze meses, chegando a 31,7 milhões no primeiro trimestre do ano, mas no mesmo período, porém, o Inter reduziu 511 postos de trabalho, o que revela um aumento nas demandas de trabalho impostas para cada empregado que escapa das dispensas.
O relatório do Dieese demonstrou que, para cada funcionário, são 5,2 mil clientes.
Junto com a elevação dos lucros, crescem a cobrança por metas e a sobrecarga de trabalho que estão adoecendo os bancários e as bancárias.
E, se por um lado, o salto nos lucros representa mais dinheiro de PLR para os funcionários, fruto do trabalho e do esforço dos empregados e uma conquista histórica da categoria, a situação da pressão psicológica e do assédio moral em função da política de metas chegou a um nível insuportável para os trabalhadores do banco Inter.
Piora no atendimento
Clientes e usuários também sofrem com as dispensas e falta de funcionários. Não por acaso, o Inter é o líder absoluto de queixas dos consumidores, segundo o ranking do Banco Central.
"O Brasil não pode continuar a ser o paraíso do rentismo. Um crescimento de mais de 700% nos lucros não tem precedentes na história e nos demais setores. Por isso, defendemos uma reforma tributária que tribute os super-ricos e a especulação e uma ruptura com este modelo econômico rentista. Sem isso não há saída para o país alcançar um desenvolvimento sustentável e uma sociedade justa", afirmou a vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio , Kátia Branco.