Terça, 05 Dezembro 2023 17:25
COVARDIA

Claudio Castro e base do governo aprovam veto contra aposentados do Banerj

Ronald Carvalhosa diz que banerjianos não desistem e estratégia para 2024 é um novo PL atrelado à renegociação das dívidas do Estado com a União
Ronald Carvalhosa acusou o veto do governador, aprovado na Alerj, de um ato de covardia, mas disse que a luta dos banerjianos vai continuar em 2024 Ronald Carvalhosa acusou o veto do governador, aprovado na Alerj, de um ato de covardia, mas disse que a luta dos banerjianos vai continuar em 2024 Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

A Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) votou nesta terça-feira (5) a manutenção do veto do Governador do Rio Claudio Castro (PL) ao Projeto de Lei 3186/20, que previa o retorno ao sistema previdenciário dos banerjianos que sacaram suas reservas de poupança, desde que devolvam os valores recebidos, corrigidos monetariamente.

A posição de Castro e dos parlamentares da base governista, já esperada, foi vista como um ato de covardia contra os aposentados do Banerj.

O deputado estadual Luiz Paulo (PSD), autor do PL ao lado de André Ceciliano (PT), Waldeck Carneiro (PSB) e Lucinha (PSD), defendeu a derrubada do veto do governador e a aprovação da proposta que atenderia aos banerjianos.

“O impacto sobre as contas do estado é pequeno, cerca de R$3,8 milhões mensais, ou R$52,7 milhões por ano”, disse Luiz Paulo, lembrando que o estado estaria “nadando em dinheiro com a privatização da Cedae, em 2022”.

O resultado da votação

Do total de 60 votos, 40 parlamentares votaram pelo veto do governador e contra os bancários do antigo Banerj e 20 votaram pela derrubada do veto e a favor dos bancários (em breve publicaremos quem foram os deputados estaduais que traíram os aposentados do Banerj).

Voto tem consequências

O diretor do Sindicato dos Bancários do Rio Ronald Carvalhosa criticou o ato de Claudio Castro e lembrou que “o voto tem consequências”, em alusão aos trabalhadores que votaram no atual governador, vencedor no primeiro turno no pleito de 2022, r que é ligado à família Bolsonaro. O sindicalista criticou àqueles que votam seguindo a orientação das lideranças religiosas sem qualquer reflexão e critério político.

“Vai ver como votou o deputado estadual Samuel Malafia, do PL, irmão do pastor Silas Malafia”, repudiou, lembrando que o parlamentar evangélico votou contra os banerjianos.   

A luta não acabou

Apesar da amargura da derrota, o dirigente sindical trouxe uma palavra de ânimo aos aposentados, dizendo que a luta vai continuar.

“Vamos pedir a um de nossos parlamentares que apresente um novo Projeto de Lei para 2024 e definir com a deputada Verônica Lima (PT), com o Gilberto Palmares (PT) e o Paulo Ramos (PDT) para fecharmos um compromisso da bancada do PT e dos demais parlamentares de esquerda de vincular a renegociação da dívida do governo estadual à União com a aprovação do nosso projeto”, declarou Ronald, denunciando ainda o que chamou "de farra financeira do governo do Estado com renúncias fiscais para empresas e igrejas”.

Covardia com aposentados

Ronald disse ainda que faltou, na época, mais empenho do então presidente da Alerj, o petista André Ceciliano.

“Também faltou empenho do André Ceciliano. A gente precisa cobrar dele, não é porque ele é do PT que não vamos cobrar. Todos os parlamentares têm que ser cobrados independentemente de partido. Não estamos aqui para defender interesses partidários, mas os interesses dos trabalhadores. Vamos cobrar dele que seja incluída na renegociação do regime de recuperação fiscal do estado, um novo projeto em nosso favor”, afirmou, lembrando que a média de complementação para os bancários aposentados seria de apenas R$3 mi por mês.  

“Não tem honra e não tem glória em derrotar aposentado. O que eles fizeram foi uma covardia”, concluiu Carvalhosa, prometendo divulgar os nomes dos 40 deputados que votaram contra os banerjianos e enviar um cartão de Natal para estes parlamentares com uma mensagem mostrando “a covardia que eles fizeram contra trabalhadores aposentados”.

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