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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações do BNDES
Com a mudança de governo e a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a expectativa é de um maior diálogo com a classe trabalhadora, o que tem ocorrido em vários exemplos concretos. Mas este não parece er o caso do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), incluindo suas subsidiárias BNDESPAR e Finame. A empresa é o único dos bancos que ainda não cumpriu a Convenção Coletiva de Trabalho e ainda não concedeu o reajuste salarial de seus funcionários, que estão indignados com a intransigência do banco. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), sindicatos e associações que representam os funcionários exigem uma negociação urgente e o cumprimento da CCT.
Argumentos do banco
A direção do BNDES alega que, para aplicar o reajuste, tem que esperar a conclusão do grupo de trabalho (GT) formado para definições específicas do plano de saúde, oferecido a funcionários, aposentados e seus dependentes. O GT foi definido no parágrafo 4º da cláusula 32 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), assinado no ano passado.
O vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius Assumpção, que participa das negociações com o BNDES rebate as argumentações da direção do banco. “Ficou claro inclusive na ata do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que mediou a reunião de conciliação entre banco e funcionários, no final de 2022, que não há esse condicionamento ao GT, que só trata do plano de saúde”, disse Vinícius.
“A atual direção, liderada por Aloízio Mercadante e indicada pelo atual governo, democrático e com apoio popular, está cerceando o legítimo direito do funcionalismo do BNDES de obter o reajuste negociado na CCT, que toda a categoria bancária já está usufruindo”, acrescentou o dirigente sindical em matéria publicada no site da Contraf-CUT.
Mudou ou não mudou?
Os trabalhadores passaram um perrengue durante o governo anterior e esperam que, com a nova gestão, a empresa trate seus funcionários com respeito e valorizem o seu maior patrimônio: os funcionários. Para Vinícius, somente a mobilização dos bancários poderá garantir o cumprimento da CCT pelo BNDES.
“O governo Bolsonaro atacou constantemente os trabalhadores, mas com uma resistência firme e organizada, o movimento sindical conseguiu garantir todos os direitos aos funcionários, mesmo naquele período sombrio”, lembrou Vinícius.
“Agora, para nossa surpresa, a atual direção, indicada pelo governo Lula, vem na contramão do que está ocorrendo em todas as outras estatais federais”, criticou.
Hora de mobilização
As entidades sindicais e associações que representam os funcionários do Sistema BNDES avaliam que o prazo para o posicionamento do banco esgotou. “Ou a direção do BNDES muda de postura e cumpre sua obrigação de honrar a CCT da categoria, ou não haverá alternativa que não seja a mobilização dos trabalhadores da entidade”, advertiu Vinícius.
“Essa postura do BNDES [ de descumprir a CCT] é um desrespeito a toda categoria bancária, que teve um grande processo de negociação com o conjunto dos bancos do país. Cobramos na última reunião com a direção da entidade um posicionamento definitivo, mas se continuarmos sem nenhuma resposta, vamos buscar os direitos dos trabalhadores na mobilização, com todas as nossas forças”, concluiu.