Terça, 14 Fevereiro 2023 17:01
O BRASIL NÃO AGUENTA MAIS

Trabalhadores protestam contra juros altos e cobram renúncia de Campos Neto

Movimentos sindicais e sociais querem o fim da “autonomia” do Banco Central – que está nas mãos do cartel dos bancos – para o país retomar o crescimento
Dirigentes do Sindicato dos Bancários participaram do protesto contra os juros praticados pela direção do BC, em frente ao edifício da instituição, no Centro do Rio Dirigentes do Sindicato dos Bancários participaram do protesto contra os juros praticados pela direção do BC, em frente ao edifício da instituição, no Centro do Rio Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Sindicatos e entidades de movimentos sociais realizaram nesta terça-feira (14), em frente ao prédio do Banco Central, na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, um protesto contra os altos juros praticados pela gestão de Roberto Campos Neto a frente da instituição e pelo fim da chamada “autonomia” do BC, criada pelo então ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, que tira do governo o controle sobre a política monetária e de juros.

O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio José Ferreira elogiou a unidade dos trabalhadores em defesa da bandeira do combate aos juros, tese que foi defendida pelo presidente Lula e gerou um debate no mercado e na sociedade.

“A política monetária está hoje capturada por uma meia dúzia de bilionários que tem o seu representante no mais alto posto do Banco Central. Eles estão dizendo que o governo tem que ter controle dos gastos porque querem mais dinheiro dos juros para os rentistas. Não estão preocupados com as pessoas que estão dormindo nas ruas, com a falta de moradias e com a miséria. Juros baixos, já. Fora Campos Neto”, destacou Ferreira.

Mídia a favor dos bancos

O vice-presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) Vinícius de Assumpção criticou a postura da mídia no embate travado entre o presidente Lula, que criticou a chamada “autonomia” do BC, e o atual presidente do BC e defendeu mais investimentos no setor produtivo para geração de empregos e renda.  

“Esses juros, que são os maiores do planeta, impedem a geração de empregos e renda, porque ninguém vai investir no Brasil com juros de 13,75% ao mês. Isso é sabotagem do senhor Campos Neto e sua prática neoliberal, que defende a política do governo anterior de concentração de renda, que transfere dinheiro dos mais pobres para os mais ricos”, ressaltou.  

Beneficiando a especulação

Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores do Rio de Janeiro) também ressaltou que a atual política de juros beneficia apenas os especuladores em detrimento do crescimento da economia.  

“Estamos dando um recado: a sociedade exige a redução dos juros. A política do presidente do BC não contribui para a sociedade e nem para a economia do nosso país, aumenta a miséria e o desemprego, endivida as famílias, beneficiando apenas a especulação com estes juros altos”, criticou.

O ato contou também com a presença de centrais sindicais, como a CUT e a CTB. Pela manhã, houve ainda um tuitaço com a hashtag #JurosBaixosJá, que foi um dos temas mais comentados nas redes sociais.

Confira aqui em nosso site, na Galeria de Fotos, mais imagens da manifestação.

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