O Demônio de Asas, assim apelidado o monstro que desgoverna o país, pediu ao STF o impeachment de um Ministro do Supremo Tribunal, Alexandre de Moraes. Absurdo, inacreditável e surreal. Mas é verdade. O bicho é um trem descarrilado, que precisa ser parado. Ou paramos o trem ou ele esmagará a dignidade dos trabalhadores e da população.
Contra ele, certamente, existem mais de 200 pedidos de impeachmant. Todos na gaveta que o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não teve coragem de colocar em tramitação porque estava envolvido até o pescoço com a corja bolsonarista e o Centrão. Já do atual presidente da Câmara, Arthur Lira, não podemos e nem devemos esperar nada que preste. Ele está presidente da Câmara justamente pelo apoio do Centrão e desse desgovernado.
O pedido de impeachment contra Moraes é, sem dúvida, mais um ataque ao Estado Democrático de Direito e à independência das instituições. Somos solidários ao Ministro, mas, no fundo, o STF e seus ministros foram omissos e parciais. Eles ajudaram a criar o monstro quando cruzaram os braços no impeachment sem crime contra a Presidenta Dilma Rousseff. Agora provam do próprio veneno.
MP 1045 Nova Reforma Trabalhista
O Demônio de Asas é ardiloso. Distraiu os brasileiros, autoridades e parlamentares com tanques fumacês em Brasília, num ato claro de intimidação e pressão para que passasse a sua proposta absurda de voto impresso – que, ainda bem, foi rejeitada e arquivada. Mesmo assim, é mais uma aberração vergonhosa ver que 229 deputados votaram a favor dela. É inaceitável!
Não bastasse tudo isso, enquanto distraia o país com suas aberrações, também passou na Câmara a votação da Medida Provisória 1045, uma nova Reforma Trabalhista que vai aprofundar ainda mais a retirada de direitos dos trabalhadores. Não se trata apenas do programa de renovação da redução de jornada de trabalho com a redução de salários. É uma devastação nas relações de trabalho.
A Medida Provisória 1045, que foi aprovada na Câmara por 304 deputados, não trata de política para geração de emprego. É política explícita para favorecimento de empresas, dos patrões. Os trabalhadores ficarão muito mais vulneráveis caso essa proposta passe e seja aprovada no Senado.
A CLT está sendo rasgada novamente e desta vez permitindo o trabalho sem férias, sem 13° Salário e FGTS. E tem mais: as empresas poderão trocar até 40% do quantitativo de empregados por outros, sem experiência, com salários menores. A MP Cria a modalidade de contratação sem carteira de trabalho assinada, reduz o pagamento de horas extras para algumas categorias, bem como restringe o acesso à Justiça gratuita e proíbe juízes de anularem pontos dos acordos firmados entre empresas e trabalhadores e dificulta a fiscalização do trabalho, inclusive nos casos de trabalho análogo ao escravo, e cria a categoria de trabalhadores de segunda classe.
Os ataques aos trabalhadores não ficam somente nisso. No momento em que temos quase 600 mil mortes por Covid-19, e muitas delas de profissionais zelosos da Saúde, o governo entrou no STF contra indenização a profissional de saúde incapacitado por Covid-19. Isso é de uma crueldade sem limites. Falta total de humanidade.
Os trabalhadores e seus representantes precisam se levantar contra a barbárie, depois poderá ser tarde demais. É certo que essa proposta precisa ser defenestrada, com muita pressão dos trabalhadores nas ruas, já que a mesma foi aprovada por ampla maioria na Câmara e agora vai para o Senado. Também não devemos esperar muito do Senado, sendo ele composto por empresários, ruralistas e conservadores. Então, só nos resta explicar nas nossas bases, mobilizar e levar a população para as ruas.