Segunda, 26 Julho 2021 15:51

‘A mulher negra tem sido a maior vítima do genocídio da pandemia’, afirma Rita Cortez

Rita Cortez - Presidente  do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Rita Cortez - Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB),
A presidente nacional do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Rita Cortez, integrou nesta sexta-feira (23/7) a mesa virtual de abertura da Comemoração do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, realizada pela Comissão OAB Mulher RJ, no canal da OAB/RJ no YouTube. “A mulher negra tem sido a maior vítima do genocídio da pandemia, além de ser vítima histórica do racismo e do machismo”, afirmou Rita Cortez. A advogada trabalhista acrescentou que, “não por acaso, este ano, o movimento Julho das Pretas escolheu para a sua campanha o seguinte tema: ‘Para o Brasil genocida, mulheres negras apontam a solução’”. 
A presidente do IAB citou um dado referente à violência contra as mulheres negras: “O risco de uma mulher negra ser morta ou sofrer violências é 64% maior do que uma mulher branca, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública”. Rita Cortez também destacou “o repúdio do IAB ao vandalismo praticado contra o Memorial Nossos Passos Vêm de Longe, instalado em Duque de Caxias e dedicado a nove importantes mulheres pretas com trajetórias de lutas em defesa dos direitos humanos”.  

A advogada se referiu ao fato ocorrido no último domingo (18/7), na cidade da Baixada Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro, em que os rostos das mulheres homenageadas no mural do memorial foram cobertos com tinta branca. “Maria Conga, Mãe Beata de Iemanjá, Marielle Franco, Rose Cipriano, Silvia Mendonça, Fátima Monteiro, Dona Leonor, Ana Leone e Nívia Raposo foram ofendidas nesse ato de vandalismo”, afirmou. 

Referenciais – Rita Cortez falou sobre a importância da comemoração pelo Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, que será celebrado no domingo (25/7): “A data nasceu para pressionar a ONU a assumir a luta contra opressões de raça e de gênero, e também contra a intolerância religiosa”. Para a advogada, “essas datas são importantes porque são referenciais de lutas, principalmente nos segmentos da sociedade que continuam segregados”. 

A vice-presidente da Associação Carioca de Advogados Trabalhistas (Acat), Monica Alexandre Santos, membro efetivo do IAB, também integrou a mesa virtual e afirmou. “Ao reivindicar nossa diferença enquanto mulheres negras, sabemos bem o quanto trazemos em nós as marcas da exploração econômica e da subordinação racial e sexual”. Ainda de acordo com a advogada, para garantir a intensificação da luta, “é necessário ter outras Ritas Cortez, Marisas Gaudio, Marielles, Ivones Caetano, Juremas Batista, Beneditas da Silva e mulheres do candomblé com os seus ensinamentos”. 

Também integraram a mesa a diretora de Igualdade Racial da OAB/RJ, Ivone Caetano; a secretária geral da Diretoria de Mulheres da OAB/RJ, Priscilla Nunes; a presidente da Comissão OAB Mulher RJ, Rebeca Servaes, e a vice-presidente da comissão, Flávia Ribeiro; a coordenadora do Grupo de Trabalho Mulheres Negras (GTMN), Flávia Monteiro, e a coordenadora do Clube do Livro da comissão, Evelyn Alves.

Os temas das palestras nos painéis foram Contexto histórico do dia 25 de julho, Perspectivas da mulher negra na sociedade contemporânea, Pandemia e a realidade nas comunidades do Rio de Janeiro, A mulher na política e nas pautas feministas e antirracistas, Três anos sem Marielle Franco, Feminicídio político, Saúde mental da mulher negra na pandemia, Desafios da maternidade na pandemia e Realidade das trabalhadoras domésticas na pandemia.
 

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