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Omissão do governador no caso da Cedae revela o novo perfil da sua gestão
Por Cláudio Magnavita*
O ímpeto dos primeiros dias do governador Wilson Witzel de se fazer onipresente evaporou.
Ele dava a cara a bater e ia a enterro de policiais, aparecia fazendo exercício com Bope e circulava. Queria mostrar que o Rio tinha um governador corajoso, sem receio de enfrentar a mídia.
Um ano depois encontramos um personagem diferente no Palácio Guanabara. Diante de uma das maiores crises do seu governo, ele simplesmente evaporou. Só depois de duas charges do Chico Caruso na capa de “O Globo” e de um registro na mídia sobre o seu sumiço, ele resolveu aparecer. Evitou a todo custo encarar o problema de frente.
É o mesmo personagem que aos poucos sofreu uma metamorfose e pilota um governo que começou a envelhecer ao lotear secretarias a diferentes partidos, quebrando a promessa de ter um governo eminentemente técnico.
Faltou, no caso da Cedae, o mesmo entusiasmo do governador “The Flash” que pousou em plena ponte Rio-Niterói para comemorar um tiro certeiro do seu sniper de estimação.
Agora, só lembrou que a companhia de águas pertence ao seu governo - e está lotada na Casa Civil, ou seja, diretamente no seu gabinete - quando a empresa e a população sentiram a sua omissão.
Se a empresa fosse da Prefeitura do Crivella ou do Governo Bolsonaro, o seu comportamento, na certa, teria sido diferente. Mas a bomba agora estourou no seu colo!
O comportamento medroso do governador pode ter razões tão turvas quanto a água que a Cedae distribui: não contrariar o seu ex-patrão, o Pastor Everaldo, presidente da sua legenda, ou ser obrigado a justificar a demissão em massa do corpo técnico da empresa, autorizada por ele no início do seu mandato.
* editor-chefe do jornal Correio da Manhã