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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Não há o que comemorar na Semana do Meio Ambiente, que vai desta segunda até sexta-feira, sendo na quarta-feira, dia 5, o Dia do Meio Ambiente. O governo Bolsonaro tem desmontado as políticas públicas de defesa ambiental, através do esvaziamento dos órgãos de fiscalização, da redução das regiões a serem reflorestadas para compensar o desmatamento, principalmente na região Amazônica, da diminuição das áreas de preservação ambiental e, ainda, da liberação de mais de 166 tipos de agrotóxicos apenas em 2019.
A avaliação é do deputado e ex-ministro do Meio Ambiente do governo Lula, Carlos Minc. O parlamentar classifica como um desastre para o país e para o planeta as medidas adotadas pelo atual ministro da pasta, Ricardo Salles. Entre as últimas delas está a obrigação do Ibama emitir comunicado de aviso-prévio sobre operações de fiscalização contra desmatamento e garimpo na região Sudoeste do Pará. Também na semana passada, Salles reduziu o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), cujos membros caíram de 100 para 23. O conselho ficou centralizado na Presidência, com diminuição da representação social, dos estados e dos municípios.
“O desmonte dos órgãos de defesa do meio ambiente, das áreas de preservação, da floresta, das comunidades e reservas indígenas é tão grande e absurdo que Salles vem sendo chamado de ‘sinistro do desambiente’.
Ataques ao meio ambiente
O governo Bolsonaro transformou a pasta num órgão de ataque ao meio-ambiente”, denunciou. O desmonte praticamente tornou inócuas, além do Conama, instituições como o Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM Bio) para atender os interesses de quem tem práticas nocivas ao meio-ambiente.
“Mas estamos resistindo. Entidades que representam importantes setores da sociedade estão se mobilizando. Nesta terça-feira (4/6) mesmo, vão realizar uma manifestação, às 17 horas, em frente ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contra o desmonte”, contou Minc. “Artistas também estão organizando a resistência. Nesta mesma terça, cantores como Caetano Veloso, estarão fazendo um ato-show, à noite, no Circo Voador, para apoiar o aplicativo criado por várias organizações que tem como objetivo monitorar as decisões do governo em relação à questão ambiental”, disse.
Repercussão internacional
Minc lembrou da repercussão mundial que teve o encontro de sete ex-ministros do Meio Ambiente, entre eles o próprio Minc, Rubens Ricupero, Gustavo Krause, José Carlos Carvalho, Marina Silva, Carlos Minc, Izabella Teixeira, José Sarney Filho e Edson Duarte, no dia 8 de maio, na Universidade de São Paulo (USP). Na reunião foi aprovado documento enviado ao governo federal, cobrando mudanças na política do setor. “É preciso frisar que as medidas tomadas por Bolsonaro e seu ministro são um desastre para o equilíbrio do meio-ambiente no Brasil e no mundo todo. A floresta Amazônica que Bolsonaro quer abrir para o desmatamento, mineração e agronegócio é importante para o equilíbrio ecológico mundial. Governos e instituições de outros países estão preocupados com o rumo que está sendo dado a esta questão e o governo vai enfrentar resistência externa”, avaliou.
O ex-ministro do Meio Ambiente adiantou que tanto o seu gabinete quanto entidades ligadas a esta questão e as que representam outros setores estão se mobilizando. “Pensamos, inclusive, em entrar com ações judiciais contra medidas nocivas à questão ambiental”, disse.