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Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Os três poderes estão agindo em conjunto, e rapidamente, para identificar, prender e punir os responsáveis pela participação, organização e financiamento da tentativa de criar o caos para justificar um golpe de Estado ocorrida no último domingo. Numa investida que contou com a conivência de inúmeras autoridades civis e militares, milhares de bolsonaristas chegaram sem dificuldades ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal, invadindo e depredando as instalações dos três prédios.
Nesta terça-feira (10/1), à tarde, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal aprovaram em votações simbólicas, o decreto de intervenção na segurança de Brasília – que era responsabilidade do governo do DF – e que passou a ser realizada pelo governo Lula. Em ambas as casas legislativas, as votações foram rápidas e feitas através do voto dos líderes partidários.
Golpistas detidos
Já no domingo foram levados para a Polícia Civil 172 terroristas que participaram das depredações. Foram interrogados e transferidos para presídios federais.
Na madrugada de segunda-feira (9/1), o ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento do cargo do governador bolsonarista do DF, Ibaneis Rocha (MDB), que deixou de tomar as medidas de segurança necessárias permitindo o assalto dos golpistas de extrema-direita aos prédios-sede do Executivo, Legislativo e Judiciário. Na mesma ocasião, Moraes ordenou a prisão em todo o país dos que se encontravam acampados em áreas do Exército.
Com isto, só em Brasília 1.200 pessoas foram levadas de ônibus para a Superintendência da Polícia Federal, sendo fichadas, interrogadas, continuando detidas. No Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro se negou a prender os que estavam no acampamento em frente ao Comando Militar do Leste, alegando ter interpretado que só haveria prisões em caso de resistência.
Financiadores do golpe
Paralelamente, por ordem do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a Polícia Federal, com base nos depoimentos dos golpistas já presos, fotos, vídeos e trocas de mensagens, deverá descobrir e prender os financiadores dos acampamentos e do golpe do último domingo. Já se sabe que alguns destes detidos declararam que chegaram a Brasília com o ‘apoio do agro’, numa referência a fazendeiros do agronegócio.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (9/1), que o governo não será “morno” com vândalos e financiadores dos atos golpistas de vandalismos de bolsonaristas. A declaração foi feita no primeiro encontro que Lula teve com governadores desde que tomou posse, em 1º de janeiro.
Lula prometeu também que haverá uma investigação para encontrar os financiadores, inclusive os responsáveis por pagar os ônibus que trouxeram os vândalos até Brasília. Segundo o ministro da Justiça, até o momento, já foram identificados financiadores de 10 estados.
Mais prisões
Segundo declarou Dino ao portal G1, a Polícia Federal vai pedir prisões temporárias ou preventivas de pessoas que estavam ligadas aos atos terroristas, mas não foram presas ainda. "Hoje (10/1) a Polícia Federal deve pedir mais algumas dezenas, em torno de 50 pedidos de prisão temporária, prisão preventiva, para que nós tenhamos a resposta adequada", afirmou o ministro em entrevista à GloboNews.
O ministro informou que os pedidos vão atingir não só autores da quebradeira, mas também organizadores e financiadores dos atos.
E explicou: "Nós temos as duas situações. Pedidos de prisão que vão se referir a pessoas que estavam presentes destruindo o plenário da Câmara, Senado, Supremo e que não foram presas em flagrante. E temos pedidos relativos a pessoas que não vieram a Brasília, mas participaram do itinerário criminoso. Organizadores, financiadores que já identificamos e que vão levar a pedidos de prisão, busca e apreensão", explicou.
Ex-ministro de Bolsonaro será preso
Nesta terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do DF, André Torres, por omissão criminosa, por não tomar qualquer medida para evitar a invasão dos prédios do STF, Planalto e Congresso. Carros da PF estiveram na casa de Torres. No entanto, ele se encontra na Flórida (EUA), onde está também o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Moraes ordenou, ainda, a prisão do coronel Fábio Augusto Vieira ex-comandante de Polícia Militar do DF. O oficial da PM foi preso em sua casa, no Park Way, em Brasília. Ele era o responsável pela operação da PM durante atuação na tentativa de golpe bolsonarista na Praça dos Três Poderes. O delegado da PF, Camões Bessa, foi quem realizou a prisão. O coronel da PM não resistiu.
Fábio Augusto Vieira foi demitido do comando da PMDF pelo interventor federal na Segurança Pública de Brasília, Ricardo Cappelli. O coronel Klepter Rosa foi nomeado para a função.