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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
As investigações do Ministério Público Federal (MPF) sobre os casos denunciados de assédio sexual sobre funcionárias da Caixa Econômica Federal foram finalizadas e enviadas à Justiça Federal. Apesar da gravidade, tanto o inquérito, quanto o processo, encontram-se sob sigilo, segundo o site Metrópoles, o primeiro a denunciar as ocorrências envolvendo diretamente Pedro Guimarães, ex-presidente do banco e amigo pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro.
José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, defendeu que, tanto o inquérito, quanto o processo sejam de conhecimento público. “Entendemos que dada a gravidade das denúncias esse sigilo dever ser suspenso para que a sociedade tome conhecimento do inteiro teor das investigações”, afirmou.
Em razão do segredo imposto aos autos, não se sabe sequer que medidas o procurador responsável pelo caso, Igor Nery Figueiredo, pediu. O MPF não confirma, nem extraoficialmente, se Guimarães foi alvo de uma acusação formal — caso tenha sido, o juiz avaliará a denúncia e decidirá, depois, se o ex-presidente da Caixa deve ou não ser condenado criminalmente. O resultado foi entregue à Justiça em dezembro.
Uma investigação interna encontrou fortes indícios de assédio moral e sexual praticados por Pedro Guimarães. O relatório traz depoimentos de mais de 50 pessoas, entre as quais funcionárias vítimas de Guimarães e diversos documentos. Em entrevistas à TV Globo, elas contaram, por exemplo, que o presidente da Caixa pedia abraços em contextos constrangedores e deixava a mão escapar para passar por partes íntimas dos corpos delas. Ao ler o relatório, o ex-presidente Bolsonaro disse que não viu nada demais.
Ex-prédio interditado
No dia 4 de janeiro, o Corpo de Bombeiros interditou todo o andar térreo do que já foi o prédio principal da Caixa no Rio de Janeiro, na Avenida Almirante Barroso (Centro). As dependências foram transferidas para o Passeio Corporate, e, há alguns meses, passou a funcionar, ali, uma grande loja ‘Melhor das Casas’, do grupo chinês “Casas da Mamãe”.
O Corpo de Bombeiros constatou perigo de incêndio, com fios elétricos expostos, caixas de papelão amontoadas até próximo ao teto impedindo a passagem de corredores, o que dificultaria o escape em caso de fogo. José Ferreira, presidente do Sindicato, criticou todo o processo que levou à saída da Caixa do imóvel, no governo Bolsonaro, até chegar à interdição agora.