A posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin, neste domingo, 1º de janeiro, foi um passo decisivo para barrar a tentativa de impor no Brasil mais um golpe de Estado. A cerimônia ocorreu no Congresso Nacional, tendo o presidente e seu vice percorrido em carro aberto todo o trajeto tradicional da posse, sendo saudados por uma multidão de mais de 300 mil pessoas, passando a certeza de que o país voltou à normalidade democrática, ao respeito e ao equilíbrio entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Da assinatura do termo de posse e do juramento à Constituição Federal, no Congresso, participaram representantes de todas as instituições nacionais dos três poderes e da sociedade civil, e de mais de 120 representantes de países convidados, sendo 65 chefes de governo e de Estado. Em seu discurso de posse, Lula disse que a democracia foi a “grande vitoriosa” nas eleições de outubro. “Se estamos aqui, hoje, é graças à consciência política da sociedade brasileira e à frente democrática que formamos ao longo desta histórica campanha eleitoral”, disse.
O presidente ressaltou ter o governo de transição encontrado uma economia estagnada e a governança totalmente desorganizada, sem recursos previstos para o funcionamento da máquina pública, sobretudo para áreas sociais, como Saúde, Educação e para investimentos na economia. Ressaltou, por isto mesmo, ser a principal tarefa do seu governo a reconstrução do país.

União de todos

Para que a reconstrução tenha sucesso, ressaltou ser necessária, passadas as eleições, a união de todos os brasileiros e brasileiras que viveram nesses últimos anos um dos piores períodos da história. Uma era de sombras, de incertezas e de muito sofrimento.
“Mas esse pesadelo chegou ao fim pelo voto soberano, numa eleição que demonstrou o compromisso do povo com a democracia e suas instituições. Essa extraordinária vitória nos obriga a olhar para a frente e a esquecer nossas diferenças, que são muito menores que aquilo que nos une para sempre: o amor pelo Brasil e a fé inquebrantável em nosso povo. Agora, é hora de reacendermos a chama da esperança, da solidariedade e do amor ao próximo", disse o presidente.
Adiantou que um relatório pormenorizado de como o governo de transição encontrou as contas do governo anterior será entregue a representantes de todas as instituições democráticas. “O que foi encontrado é estarrecedor. É preciso que o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior Eleitoral, o Tribunal de Contas da União, a Procuradoria-Geral da União, e as entidades da sociedade tomem conhecimento destas informações”, afirmou.