Segunda, 26 Dezembro 2022 20:02

2023: ano de reconstrução e de grandes desafios para todos os trabalhadores

Os últimos quatro anos foram de intensos ataques ideológicos à democracia e aos direitos dos trabalhadores e à parte mais vulnerável e pobre da sociedade. 
Como exemplos das consequências trágicas deste difícil período que enfrentamos, temos a retirada de direitos e as seguidas ações para enfraquecer as organizações de luta da classe trabalhadora, os sindicatos, com o objetivo de evitar que os trabalhadores tenham o poder de se organizar e de reivindicar. Isto sem falar na vida de amigos, familiares e vizinhos que perdemos para a covid-19 por causa da campanha do atual presidente contra a vacina e a ciência e as fake news nas redes sociais.
As lições foram duras e as marcas foram profundas, mas temos a oportunidade de olhar para o futuro e realimentar as esperanças.
 
Caminho alternativo

No processo eleitoral de 2022, a sociedade brasileira se reencontrou com as urnas e construiu um caminho alternativo à toda essa política antipopular. A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva abre a perspectiva de uma retomada não apenas do desenvolvimento econômico e social do Brasil e de sua credibilidade internacional, para os quais será fundamental o fortalecimento dos bancos públicos, vencidos os fantasmas das privatizações evocados por Paulo Guedes. Temos a perspectiva também da retomada das lutas em favor dos direitos trabalhistas assim como dos negros e negras, dos povos originários, da população LGBTQIA+ e das mulheres que sofreram com a política retrógrada que queria destinar a esta parcela da sociedade, que somada é a maioria, um papel de submissão e subserviência à um modelo de sociedade patriarcal e conservador.

 Nossos desafios

Eleito o novo governo, teremos em 2023 e nos anos seguintes grandes desafios para as entidades de luta e de organização dos trabalhadores, em particular os sindicatos, como a responsabilidade e a delicada missão de apoiar as medidas governamentais de interesse do país, e em outras situações ocupar as ruas e pressionar para que as políticas públicas em favor dos trabalhadores e trabalhadoras sejam aprovadas pelos parlamentares e implementadas pelo governo. E, neste sentido, reafirmamos a autonomia do movimento sindical.
 Um exemplo destas demandas são as urgentes e necessárias alterações à reforma trabalhista implementadas durante os governos Temer e Bolsonaro, que trouxeram enormes prejuízos aos trabalhadores, permitindo as terceirizações desenfreadas, inclusive das atividades fins, precarizando as condições de trabalho e retirando dos sindicatos o poder de homologar as rescisões contratuais,  por exemplo.
 O Novo Ano traz também o desafio da garantia plena da democracia, da convivência pacífica entre os que pensam diferente. Isto exigirá de cada um de nós, uma atuação constante para essa pacificação, isolando e punindo o extremismo golpista e terrorista, para que possamos voltar à normalidade democrática e criar a perspectivas de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária. 
A nós do Sindicato dos Bancários do Rio, em conjunto com as demais entidades sindicais, federações e a Contraf-CUT, cabe também a missão histórica de fortalecer a organização dos trabalhadores e trabalhadoras no Ramo Financeiro diante das novas formas de atuação do sistema financeiro, com o crescimento das fintechs, de bancos e plataformas digitais e correspondentes bancários. Neste contexto estão a luta em defesa dos empregos, por melhores condições de trabalho e pelos direitos da população a um atendimento presencial de qualidade, especialmente para àqueles que têm mais dificuldade de acesso aos meios digitais, como os idosos. E esta questão passa pela contratação de mais funcionários nas agências, e não com a extinção dessas unidades, como fazem os bancos. 
 Que em 2023 não nos falte disposição de luta para continuarmos defendendo os bancários e bancárias frente a exploração e o desrespeito aos nossos direitos. E nossa categoria poderá sempre contar com o seu Sindicato como espaço e instrumento desta luta coletiva.

Feliz Ano Novo!

José Ferreira

Presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro

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