Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O movimento sindical bancário, representando pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e entidades sindicais, conseguiu a segunda vitória seguida contra o Projeto de Lei 817/2022, que ameaça o direito de greve da categoria, nesta quarta-feira (14). A proposta que seria votada na Comissão do Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados, foi retirada de pauta através da chamada ‘retirada de ofício’, que ocorre quando o próprio presidente da Comissão, no caso o deputado federal Leônidas Cristino (PDT-CE) toma a decisão. A vitória dos sindicatos contra mais este ataque aos direitos dos trabalhadores nos últimos dias do governo Jair Bolsonaro (PL), é fundamental para a organização coletiva da categoria pois, se aprovada, a proposta altera a Lei 7.783 de 1989 (Lei de Greve). Ao considerar os serviços do setor financeiro como ‘essenciais’, o projeto restringiria o direito à greve da categoria.

Apoio da esquerda

Na avaliação do secretário de Relações do Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jeferson Meira, o Jefão, que acompanhou a tramitação e articulou o apoio de parlamentares para retirar o projeto da pauta, a proposta original já era ruim para a categoria e uma emenda do deputado Eli Corrêa Filho (União/SP), que praticamente extingue o direito de greve dos bancários, tornou o texto ainda pior, atendendo ao lobby dos banqueiros no parlamento brasileiro.

“Depois de muita luta e pressão nos gabinetes dos deputados com apoio de parlamentares de esquerda, conseguimos retirar da pauta o PL 817/2022, de autoria de Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que restringia o nosso direito de greve”, comemorou Jefão.

O sindicalista disse que foi fundamental o apoio do deputado federal Carlos Veras (PT-PE) e demais parlamentares de esquerda para a vitória dos bancários. O deputado petista elogiou a capacidade de luta da categoria.  

“Parabenizo a categoria bancária pela organização e luta. O projeto fere o direito de greve que contempla todos os trabalhadores e conseguimos fazer com que, nesta legislatura, a proposta não possa mais ser votada”, declarou o parlamentar petista.

“Esta foi mais uma vitória fundamental do movimento sindical em defesa do direito legítimo e constitucional à greve, instrumento fundamental na luta dos trabalhadores por melhores salários e condições de trabalho. Derrotamos mais um ataque do governo Bolsonaro às conquistas trabalhistas, em seus últimos dias de gestão”, destacou o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio José Ferreira.