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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Publicado: 30 Novembro, 2022 - 10h03 | Última modificação: 30 Novembro, 2022 - 10h38
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Após o período mais grave da pandemia de Covid-19, quando as doações para as pessoas mais vulneráveis registraram aumento, as doações de cestas básicas e marmitas feitas por pessoas físicas, empresas e órgãos públicos despencaram cerca de 80%, o que contribui para o avanço da fome no Brasil, segundo líderes comunitários ouvidos pelo UOL.
Para os líderes, dois fatores contribuiram para a queda de doações e, consequentemente, para a gravidade da situação atual: 1) A postura do presidente Jair Bolsonaro (PL), que minimizou a fome durante a campanha eleitoral. Em outubro ele disse, por exemplo que "não se justifica passar fome no Brasil", já que o Auxílio Brasil pagaria, em uma média diária, valor suficiente para comprar até dois quilos de frango; e, 2) a volta à rotina depois do período mais agudo da pandemia.
"O assunto passou batido, como se não fosse um tema grave. Nos debates não foi presente. Não acabou, o problema continua grave. As doações diminuíram, mas a demanda só aumenta", afirma Preto Zezé, presidente da Cufa (Central Única das Favelas).
No período de um ano e meio, as doações feitas pela Associações dos Moradores de Heliópolis e Região (Unas) com a ajuda de pessoas físicas e empresas caíram de 60 mil cestas para cerca de 120 por mês atualmente, segundo a presidente da entidade Antonia Cleide Alves.
Ela ressalta que, para piorar, não há uma periodicidade definida em razão da falta de doações. "Quem ajudava muito era a classe média, que também está sofrendo com o peso da inflação", afirma.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), chamada de PEC da Transição ou PEC do Bolsa Família, que foi protocolada no Senado esta semana, tem como principal objetivo cumprir a promessa do presidente eleito, Lula (PT), de combater a fome no Brasil. A aprovação da PEC garante o pagamento do Bolsa Família no valor de R$ 600 e mais R$ 150 para beneficiário com filhos de até seis anos de idade. Com isso, dizem membros da equipe de transição de Lula, a comida estará de volta à mesa de 33 milhões de brasileiros e brasileiras que passam fome, segundo dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil.
O presidente Nacional da CUT, Sérgio Nobre, disse que já começou a mobilizar as bases para aprovação a PEC, “indispensável para que tiremos o Brasil do Mapa da Fome, como fizeram os governos de Lula e Dilma”.
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