EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Enquanto todas atenções dos brasileiros e da mídia estavam voltadas para o jogo da seleção brasileira contra a Suíça, na última segunda-feira (29), o governo Bolsonaro fez mais um bloqueio de verbas para as universidades federais. Desta vez o montante cortado pelo ministério da Economia foi de R$244 milhões, segundo informação do próprio Ministério da Educação (MEC).
A denúncia foi feita pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
O montante seria usado para o pagamento de despesas básicas como contas de luz e de água, bolsas de estudo e pagamento de empregados terceirizados.
"Com surpresa e consternação, e praticamente no apagar das luzes do exercício orçamentário de 2022, as universidades federais brasileiras foram, mais uma vez, vitimadas com uma retirada de seus recursos", diz o texto da Andifes.
MEC sem explicação
Sem ter o que dizer e nem poder criticar o corte, o MEC disse, em nota, que "recebeu a notificação do Ministério da Economia a respeito dos bloqueios orçamentários realizados" e que "mantém as tratativas junto ao Ministério da Economia e à Casa Civil para avaliar alternativas e buscar soluções para enfrentar a situação".
Este dinheiro mais o bloqueio orçamentário de R$ 438 milhões ocorrido na metade do ano praticamente inviabilizam as finanças de todas as instituições de ensino federais.
Segundo o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), os bloqueios podem virar um corte definitivo das verbas, mas também há a possibilidade de que a decisão seja revertida através da liberação da verba retida. Como faltam apenas cerca de 10 dias, o Conif denuncia que que esse bloqueio de verbas será, na prática, um corte de recursos.
A situação da UFRJ
A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), uma das mais importantes do país, divulgou nota oficial criticando o corte. A reitoria da instituição afirma que R$ 9,4 milhões do orçamento discricionário já foram retidos.
“Enquanto o Brasil marcava gol contra a Suíça em jogo da Copa do Mundo, no Catar, o governo também marcava gol, mas contra a educação, ao operacionalizar novo contingenciamento', diz a nota. .
Em entrevista ao Globo, a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, disse que o cenário é dramático. “A situação é muito grave. Se o bloqueio não for revertido, não teremos como pagar os salários de cerca de 900 profissionais extraquadros que complementam a mão de obra do Complexo Hospitalar e da Saúde da UFRJ, que conta com nove unidades, entre eles o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o maior do estado do Rio em volume de consultas ambulatoriais, e a Maternidade Escola da UFRJ, terceiro maior centro do planeta no tratamento da doença trofoblástica gestacional, um tipo de tumor que pode evoluir para o câncer de placenta”, aponta.
“Além disso, o novo bloqueio afeta cerca de R$ 2 milhões que seriam investidos na conclusão de módulos laboratoriais do Museu Nacional/UFRJ”, completou Denise.