Terça, 29 Novembro 2022 17:20
BASTA DE DISCRIMINAÇÃO

Ato no calçadão de Campo Grande fecha mês da Consciência Negra

A diretora do Sindicato dos Bancários do Rio, Jô Araújo, durante o evento da Consciência Negra, no calçadão de Campo Grande: atos políticos, culturais e muito alegria A diretora do Sindicato dos Bancários do Rio, Jô Araújo, durante o evento da Consciência Negra, no calçadão de Campo Grande: atos políticos, culturais e muito alegria Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Um ato político e cultural realizado no calçadão de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no último sábado, 26 de novembro, fechou as atividades no mês da Consciência Negra.

Líderes dos movimentos negros e sindicalistas falaram da importância da celebração do Dia de Zumbi (20 de novembro), para a sociedade refletir sobre o racismo no Brasil e como superar esta anomalia social e garantir igualdade de oportunidades.

Protagonismo negro

O evento contou com uma oficina de tranças e turbantes, em que era repassado para os participantes a história e o protagonismo de negros e negras na trajetória civilizatória do Brasil e na influência cultural, religiosa, gastronômica, mas também do desenvolvimento econômico do país.

Racismo saiu do armário

Poetas pretos também declamaram seus versos, expressando os movimentos e reações contra o preconceito e a discriminação racial no país, agravados com a política de desprezo do governo Jair Bolsonaro (PL) em relação à luta da população afrodescendente pela igualdade de oportunidades. 

"As próprias declarações do atual presidente, Jair Bolsonaro, são racistas e muitos de seus seguidores também são racistas. Com o bolsonarismo, o racismo saiu do armário no Brasil", repudiou a diretora do Sindicato dos Bancários do Rio, Jô Araújo, criticando o atual presidente, derrotado nas eleições de novembro deste ano.

Casa Grande e Senzala

A atividade contou ainda com uma lavagem simbólica do calçadão com água de cheiro.

“Esta atividade foi muito importante porque tivemos a oportunidades de dialogar com a população sobre a situação da desigualdade racial e da discriminação no país e contar a importância de negros e negras para o nosso processo civilizatório e a história do Brasil, quase sempre omitidos pela historiografia oficial. Temos uma herança de uma sociedade racista e uma visão colonial que persiste em nossos dias, da Casa Grande e da Senzala e, não por acaso, o nosso país foi um dos últimos no mundo a abolir o trabalho escravo”, destacou Jô Araújo. A sindicalista disse ainda que o país está longe de ser uma nação que ofereça igualdade de direitos e de oportunidades à população negra.

“É preciso acabar de vez com o mito da ‘democracia racial’. A formação e a mestiçagem da população brasileira foram frutos de violência, estupro contra mulheres negras e discriminação e, ainda hoje, a população negra está lançada à margem da sociedade, sem oportunidades. O país precisa retomar e ampliar as políticas afirmativas de cotas, inclusive na categoria bancária e ter punição exemplar para os crimes de racismo”, acrescentou Jô.

 

 

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