Segunda, 28 Novembro 2022 18:29
DISCRIMINAÇÃO NOS BANCOS

Bancárias negras ganham até 59% a menos que homens brancos

Mulheres negras sofrem discriminação de raça e de gênero nos bancos: ganham menos e dificilmente conseguem ascensão profissional Mulheres negras sofrem discriminação de raça e de gênero nos bancos: ganham menos e dificilmente conseguem ascensão profissional

A discriminação racial e de gênero nos bancos é notória. As mulheres negras sofrem ainda mais discriminação, ganhando 59% menos que a média dos homens brancos. Os bancários negros (que incluem pretos e pardos) ganham 24% menos do que seus colegas brancos. Os dados são do Dieese, baseado em levantamentos da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e do Ministério do Trabalho da Previdência Social, de 2019.
“A discriminação no setor financeiro contra mulheres e negros, e ainda mais contra trabalhadoras negras, é maior do que em outros setores de trabalho”, critica a presidenta em exercício do Sindicato do Rio Kátia Branco.

Santander e Itaú

As informações de sustentabilidade com recorte racial divulgadas pelo Santander confirmam a discriminação no mercado de trabalho bancário: nos cargos de diretoria, 93,2% são brancos e apenas 3,6% são negros. Trabalhadores negros estão mais presentes em cargos operacionais (36,2%). .
De acordo com o Santander, “a diversidade é um dos cincos princípios do Código de Conduta Ética do banco”, mas na prática, a realidade está muito longe da igualdade de oportunidades e do fim do preconceito racial.
No Itaú a situação também não é muito diferente. Segundo os dados do relatório de sustentabilidade do banco, 25,6% dos trabalhadores se autodeclaram negros, e apenas 15,4% ocupam cargos de gestão. O relatório do Itaú, descreve uma série de objetivos de diversidade. Mas apesar das iniciativas de aceleração de carreiras negras durante 2021, foram contratados entre estagiários, profissionais de tecnologia e desenvolvedores, apenas um total de 92 profissionais.
“Os bancos estão muito longe de garantir igualdade de oportunidades entre negros e brancos, mulheres e homens. O setor é um dos que mais apresenta discriminação de raça e de gênero e esta situação precisa ser uma prioridade de luta da categoria”, destaca o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Almir Aguiar.

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