Segunda, 28 Novembro 2022 18:26

Empregados querem descentralizar atendimento do Saúde Caixa

O diretor do Sindicato do Rio, Sérgio Amorim aponta que a falta de especialistas na rede credenciada é um dos fatores que sobrecarrega o atendimento nos prontos-socorros O diretor do Sindicato do Rio, Sérgio Amorim aponta que a falta de especialistas na rede credenciada é um dos fatores que sobrecarrega o atendimento nos prontos-socorros

A Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE) voltou a cobrar a descentralização do atendimento no sistema de saúde do banco, que atende aos bancários e o retorno das estruturas de Gestão de Pessoas (Gipes) nos estados. As reivindicações foram feitas, mais uma vez, em reunião do Grupo de Trabalho que trata do Saúde Caixa, na quarta-feira passada (23/11). O GT é bipartite, formado por representantes dos trabalhadores e do banco.
Além de descentralizar o atendimento, os empregados querem ter informações detalhadas sobre as microrregiões.

Aumento nas demandas

Segundo informações apresentadas pela Caixa, os maiores impactos financeiros do plano em 2022, em comparação com 2021, são referentes ao atendimento em pronto-socorro, que teve um aumento de mais de 36% e medicamentos quimioterápicos, que cresceu em mais de 28%.
Já em referência ao volume de atendimento, os maiores crescimentos foram em pronto-socorro (acima de 62%) e internações (aumento de mais de 19%). .

Carência

Para a dirigente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, Lilian Minchin, o aumento do número de atendimentos em pronto-socorro reflete a carência de rede credenciada e a demora em se conseguir atendimento na rede. “As pessoas precisam de atendimento e acabam recorrendo ao pronto-socorro porque não encontram especialistas na rede credenciada”, observou.
O diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Sérgio Amorim, considera que a demora no agendamento em consultórios é outro motivo para o crescimento na demanda de atendimentos de emergência.
“O que aumenta muito o número de atendimentos em pronto-socorro é a falta de uma rede credenciada para consultas eletivas, além do prazo de agendamento nos consultórios. Há especialistas que demoram 60 dias para atender. Isso leva as pessoas a buscarem o pronto-socorro”, explicou Amorim.

Adoecimento da categoria

Outro dado que preocupa os sindicatos é o aumento de quase 21% nos custos em função das sessões de psicoterapia. Para o movimento sindical, a elevação na procura por este tipo de tratamento tem como causa o aumento da pressão e do assédio moral no banco, um fenômeno que ocorre em todas as instituições financeiras e tem adoecido a categoria. A situação é confirmada pela pesquisa da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da CEF) sobre o adoecimento mental dos empregados, que mostra um número cada vez maior de trabalhadores que sofrem de alguma doença psíquica.
“Além de causar a doença psíquica por causa de metas e práticas desumanas, o banco delega ao próprio empregado a responsabilidade pelo tratamento, onerando ainda mais o plano. A Caixa precisa eliminar a causa dos transtornos, que é a pressão psicológica e o assédio moral impostos ao trabalhador”, acrescenta Sérgio Amorim.
O banco deve apresentar o relatório atuarial de 2022 e as projeções atuariais que vão definir as negociações de 2023 na próxima reunião do GT, ainda sem data definida. O acordo atual tem validade até 31 de agosto do próximo ano.

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