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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O desemprego ainda atinge milhares de trabalhadores no Brasil e a retomada do desenvolvimento econômico para gerar novos postos de trabalho com carteira assinada é um dos maiores desafios do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A taxa média de desocupação se manteve estável no terceiro trimestre de 2022. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados na quinta-feira (17).
No terceiro trimestre deste ano, a desocupação ficou em 8,7%, uma redução de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre imediatamente anterior e de 3,9 pontos em comparação ao mesmo período de 2021. Apesar da queda no desemprego, o país tem gerado mais trabalho precário e sem direitos: quase 40 milhões estão no mercado informal e a renda média das famílias continua caindo.
Outro dado que preocupa é que o mercado de trabalho brasileiro mantém uma característica injusta e desigual: negros e mulheres continuam sendo os mais atingidos pela crise e as demissões no país.
Mulheres discriminadas
A desocupação entre mulheres é substancialmente maior do que a média geral, atingindo 11%, enquanto que entre homens, o índice é de 6,9%, abaixo da média.
“É um desafio para o presidente eleito Lula não apenas garantir A geração de empregos formais, mas buscar mecanismos e projetos que acabem com a discriminação de gênero e raça no mercado de trabalho brasileiro. E sabemos que no Brasil, especialmente nas camadas e regiões mais pobres, são as mulheres que sustentam as famílias”, avalia a presidente em exercício do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco.
Discriminação racial
Na questão racial, os números também revelam um ranço histórico de preconceito. A desocupação atingiu 6,8% entre os brancos, portanto, abaixo da média, mas entre pretos e partos, a taxa está acima dos números gerais: 11,1% e 10%, respectivamente.
“É preciso ampliar a política de cotas e estabelecer formas de incentivo a contratação de negros e mulheres também no setor privado, bem como cobrar o cumprimento da lei em relação às pessoas com deficiência física, inclusive no setor bancário”, afirma o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro|), Almir Aguiar.
Jovens 'Nem, Nem'
Os jovens também encontram dificuldade para ingressar no mercado de trabalho. Dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) revelam que o Brasil é o segundo país com a maior proporção de jovens, com idade entre 18 e 24 anos, que não trabalham e nem estudam, conhecidos como a geração ‘’nem-nem’’. Ainda segundo o estudo, cerca de 35,9% dos jovens brasileiros estão nessa situação. Ao contrário do Brasil, a Holanda, por exemplo, está bem posicionada no ranking, com apenas 4,6% da juventude nesta situação.
Desigualdades regionais
As desigualdades regionais também são mais um dado verificado pelo IBGE confirmando que o Brasil está longe da igualdade de oportunidades. Em seis estados das unidades da Federação houve recuo e nas outras 21 houve estabilidade. Em termos regionais, o Nordeste lidera com 12% e o Sul tem a menor taxa, com 5,2%.