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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Em seu primeiro discurso na transição de governo, no auditório do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (10) que é preciso reconstruir o Brasil e destacou a importância do papel dos bancos e empresas públicas para a retomada do desenvolvimento do país.
Políticas fiscal e social
Lula ressaltou que o foco do novo governo vai ser cuidar de todos os brasileiros, mas priorizando os mais pobres, defendendo que os programas sociais tenham margem fora do teto de gastos do orçamento público. Destacou ainda que “as políticas sociais não são gastos, mas investimentos”.
O grupo de transição decidiu enviar uma PEC que libera o governo eleito de cumprir o teto de gastos em relação aos programas sociais, como o futuro Bolsa Família, no valor de R$ 600, a partir de janeiro, e um acréscimo de R$ 150 para famílias com crianças de até seis anos.
O papel das empresas públicas
O presidente eleito disse que “a democracia e a civilidade estão de volta e que o povo será ouvido para dizer o que o governo deve fazer".
“As empresas públicas brasileiras serão respeitadas. A Petrobras não será fatiada, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal não serão privatizados e o BNDES voltará a ser banco de investimento, inclusive para pequenos e médios empreendedores”, reafirmou.
“Muita gente de má fé ou por esquecimento esqueceu de dizer que foi em nosso governo que criamos a lei geral da pequena e média empresa e realizamos o maior financiamento para dívidas dos agricultores brasileiros, num investimento de R$89 bilhões”, ressaltou Lula.
Reação dos mercados
As declarações de Lula talvez expliquem, em parte, a reação mal-humorada dos mercados de investimentos, com queda da Bolsa de Valores e alta do dólar: o capital estrangeiro viu ir embora, com a derrota de Bolsonaro e Paulo Guedes, a possibilidade de comprar as estatais brasileiras a preço de banana, através das privatizações.
Lula disse ainda que os novos ministros, inclusive da área econômica, deverão ser anunciados após o dia 11 de novembro, o que deverá acalmar mais os mercados futuros.