Quinta, 10 Novembro 2022 00:10
FIM DA HISTERIA

Relatório de militares não aponta fraude nas eleições

TSE afirma que recebeu documento das Forças Armadas com “satisfação”
O ministro do TSE Alexandre de Moraes disse ter recebido com satisfação o relatório das Forças Armadas que atesta não haver fraude nas urnas eletrônicas O ministro do TSE Alexandre de Moraes disse ter recebido com satisfação o relatório das Forças Armadas que atesta não haver fraude nas urnas eletrônicas Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O relatório das Forças Armadas aferindo a confiabilidade das urnas eletrônicas não era considerado sequer necessário na avaliação de especialistas civis e e nem é este o papel dos militares. No entanto, sempre fez parte do discurso bolsonarista o ataque às instituições democráticas e ao sistema eletrônico brasileiro para desvirtuar os próprios e seguidos erros do governo e querer justificar uma possível derrota nas eleições, o que acabou de fato acontecendo.

O Ministério da Defesa enviou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na quarta-feira (9) o relatório das Forças Armadas sobre as eleições e o sistema eletrônico de votação. O documento afirma que não foram constatadas irregularidades no processo eleitoral e que os boletins de urna impressos estão em conformidade com os dados disponibilizados pelo Tribunal.

Em nota, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, afirmou que o relatório foi recebido com “satisfação” e ainda agradeceu pelas sugestões feitas pelos militares para um aperfeiçoamento do modelo de votação do país.

O ministro disse que a análise das Forças Armadas é mais um indício da inexistência de fraude no processo eleitoral.

“O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu com satisfação o relatório final do Ministério da Defesa, que, assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022. As sugestões encaminhadas para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente analisadas. O TSE reafirma que as urnas eletrônicas são motivo de orgulho nacional, e que as Eleições de 2022 comprovam a eficácia, a lisura e a total transparência da apuração e da totalização dos votos”, disse o ministro.

Insinuações vagas

O aspecto pitoresco e curioso é que, mesmo sem nenhuma comprovação concreta e apesar de não apontar indícios de fraude, o relatório alerta sobre “a possibilidade de um eventual ‘código malicioso’ representar risco de segurança”, mera insinuação vaga. O ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, cita trechos do documento e considera “um possível risco haver acesso à rede enquanto o código-fonte é compilado”, enviando uma sugestão à Corte, como “a criação de uma comissão específica, integrada por técnicos renomados da sociedade e por técnicos representantes das entidades fiscalizadoras”.

Satisfação à sociedade

As Forças Armadas foram convidadas em setembro do ano passado, pelo então presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, para integrar a Comissão de Transparência das Eleições, diante de questionamentos do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus apoiadores sobre a lisura das urnas.

“Após o relatório das Forças Armadas atestarem a confiabilidade do sistema eletrônico de votação no Brasil, agora só falta os militares emitirem uma nota assumindo o compromisso com  a democracia  e reconhecendo a vitória de Lula. Depois de tanta insinuação para querer justificar um golpe militar e fake news espalhada pelo candidato derrotado, Jair Bolsonaro, um documento oficial da Marinha, Exército e Aeronáutica informando a nação de que não haverá golpe e que será respeitada a vontade do povo nas urnas é o mínimo o que a sociedade exige”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio Kátia Branco.

“Falta também os militares avisarem o resultado do relatório atestando a confiabilidade das urnas aos bolsonaristas que permanecem em frente aos quartéis e avisar que o presidente eleito é Luiz Inácio da Silva, do PT”, ironizou Kátia.

 

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