Quarta, 09 Novembro 2022 15:54

Gal Costa nos deixou nesta quarta-feira, 9 de novembro

Gal Costa não morreu, virou uma estrela Gal Costa não morreu, virou uma estrela

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Imprensa SeebRio

A cantora Gal Costa nos deixou nesta quarta-feira chuvosa, aos 77 anos. Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de setembro de 1945, em Salvador e, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia, se tornou uma das vozes mais importantes da música brasileira.

Para a diretoria do Sindicato a morte inesperada foi um choque para todos os fãs, familiares e amigos. Gal cancelou um show em São Paulo no fim de semana para realizar uma cirurgia para retirada de um nódulo nasal. Era uma das principais atrações do Primavera Sound, realizado no último fim de semana em São Paulo. Ela acabou não participando do evento. 

O cantor e compositor Chico Buarque cancelou sua agenda de shows e confessou: “Não tenho a mínima condição emocional”, explicou. “Em choque, triste demais, difícil demais. Eu nunca pensei um dia chegar a vocês para falar sobre a dor de perder Gal. O Brasil que ela sempre encantou com sua voz única, magistral, hoje, inteiro, chora. Como eu”, afirmou Maria Bethânia, em lágrimas.

Samuel Rosa, do Skank lamentou a morte de Gal. “Nosso tesouro se foi, profunda tristeza. Deixou seu legado de artista de cantora de revolucionária. Te amo”, disse. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em nota que Gal Costa foi das maiores cantoras do mundo, das nossas principais artistas a levar o nome e os sons do Brasil para todo o planeta. “Seu talento, técnica e ousadia enriqueceu e renovou nossa cultura, embalou e marcou a vida de milhões de brasileiros”.

Tropicália

Fantástica, genial, feminista, Gal estreou na música aos 20 anos. Entres as primeiras gravações estão ‘Eu vim da Bahia’ (1965), com Gilberto Gil. O Brasil se espantou mesmo com a voz da cantora em 1968, quando gravou o álbum ‘Tropicália ou Panis et Circenses’, com Caetano Veloso, Os Mutantes e Gilberto Gil. A voz poderosa e afinada de Gal Costa, associada ao talento excepcional de Gil e Caetano, fez da tropicália um movimento que mudou os rumos da música brasileira. 

Durante o período da ditatura militar no Brasil, Gal Costa foi a representante do tropicalismo no país. Com o álbum ‘Fa-Tal: Gal a Todo Vapor’ gravado ao vivo, a cantora reforçou a sua representatividade dentro do Tropicalismo, enquanto os seus parceiros Caetano e Gil estavam exilados.

Em 1993, lançou o premiado disco ’O sorriso do gato de Alice’, produzido por Arto Lindsay, com o sucesso Nuvem Negra (Djavan). Desse disco gerou-se o show de mesmo nome, com direção de Gerald Thomas, que causou polêmica por Gal cantar a música Brasil com os seios nus.

Ao longo de seus mais de 55 anos de carreira, Gal lançou 43 álbuns, tendo 12 DVDs gravados e 16 participações especiais na televisão. Já foi indicada cinco vezes ao Grammy Latino, foi vencedora do Prêmio da Música Brasileira (2016) na categoria de melhor cantora e principal estrela do Festival de Montreaux, em 1980.

 

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