Segunda, 07 Novembro 2022 20:15

Com Lula, bancos públicos vão ajudar endividados, MEIs, indústria e ações sociais

Com o risco de privatização sepultado nas urnas, novo governo retomará papel social do BB, Caixa e BNDES para ajudar no desenvolvimento do país
O Sindicato continuará sua luta histórica em defesa do fortalecimento dos bancos públicos, do emprego e direitos de toda a categoria O Sindicato continuará sua luta histórica em defesa do fortalecimento dos bancos públicos, do emprego e direitos de toda a categoria

Com o resultado das eleições presidenciais e a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está sepultada qualquer possibilidade de privatização dos bancos públicos, que era uma das prioridades do governo Bolsonaro, segundo declarações do próprio ministro da Economia, Paulo Guedes. Além de garantir os empregos e direitos dos bancários das instituições públicas, a boa notícia traz de volta prioridades sociais e de retomada do desenvolvimento econômico do Brasil.
“O novo governo tem um enorme desafio de geração de empregos e melhoria da renda dos trabalhadores. E, para nós, os bancos públicos têm tudo a ver com retomada do ciclo econômico de crescimento com distribuição de renda, financiando obras de infraestrutura, saneamento e habitação que podem ser um dos motores da geração de empregos e do desenvolvimento. A Caixa Econômica Federal tem este importante papel a cumprir e o BB no incentivo à produção de agricultura familiar, cooperativas e alimento saudável. No BNDES será importante o investimento para retomar as obras paradas e intercâmbio comercial do país com o mercado internacional”, disse.

Autonomia sindical

Na opinião de José Ferreira é motivo de comemoração também o fim do projeto privatista do atual governo, que chega ao fim no dia 31 de dezembro. Ressaltou ainda que a autonomia do movimento sindical está mantida.
“Foi um alívio para os trabalhadores de estatais e bancos públicos a derrota do atual governo. Com o fim da possibilidade de privatização vamos poder cuidar de todas as demais reivindicações dos bancários, que são muitas. E a luta do Sindicato em defesa da categoria vai continuar. Apesar de apoiar o novo governo em tudo que for em benefício da classe trabalhadora e defender a democracia, vamos manter a autonomia do Sindicato e continuar lutando contra as demissões nos bancos privados, em defesa do fortalecimento das instituições públicas e por melhores condições de trabalho e de saúde para toda a categoria”, explica.
Fomentar o desenvolvimento

Embora o governo ainda não tenha indicado os nomes dos titulares de Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia, a equipe de transição do presidente eleito Lula já reafirmou os compromissos e prioridades dos bancos públicos. .
Caixa - Uma das prioridades, será o programa “Desenrola Brasil”, que prevê a renegociação de dívidas garantidas por um fundo com recursos estimados de até R$ 18 bilhões. Bolsonaro deixa o governo com 68,4 milhões de pessoas endividadas (32% da população)
Será retomado também na Caixa, o financiamento do “Minha Casa, Minha Vida”, para pessoas com renda abaixo de R$ 1.800, faixa que estava excluída pelo programa Casa Verde e Amarela, de Bolsonaro.
A proposta do governo Lula é de garantir 3,5 milhões de unidades habitacionais de 2023 a 2026, considerando todas as faixas de renda.
BB - No BB, a prioridade é o financiamento para pequenos agricultores. Cerca de 70% do alimento que chega à mesa da população vem do pequeno produtor. O combate à fome está incluído nos projetos e o apoio à alimentação saudável e produtos orgânicos. A Fundação Banco do Brasil (FBB) dará atenção a projetos como a construção de cisternas para famílias no semiárido e apoio a catadores de resíduos sólidos.
O Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e a Finep (financiadora de projetos e pesquisas) também deverão contribuir no financiamento de projetos de infraestrutura, como energia e transportes.
BNDES - O BNDES encolheu desde que Lula deixou o poder. Em 2010, a empresa desembolsava R$ 335,7 bilhões, em valores corrigidos, para fomentar o desenvolvimento. No ano passado, foram apenas R$ 66,9 bilhões. Com a vitória de Lula a proposta é de fortalecer à instituição. O governo eleito dará ainda, atenção especial aos MEIs. Os microempreendedores individuais serão beneficiados com linhas especiais para expandir ou abrir novos negócios.

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