Domingo, 30 Outubro 2022 15:59

Blitz da PM no Rio faz eleitores demorarem até três horas para chegar ao local de votação

Eleitores de Lula denunciam tratamento diferenciado por policiais, que estariam segurando veículos com decalques do candidato petista. Diante da repercussão nas redes sociais, PM suspendeu operações no final da tarde. Ministro do TSE garante normalidade e diz que votação não será prorrogada
Blitze da PM no Rio causaram engarrafamento na Avenida Brasil. Congestionamentos levaram eleitores a perder até três horaspara chegar ao local de votação Blitze da PM no Rio causaram engarrafamento na Avenida Brasil. Congestionamentos levaram eleitores a perder até três horaspara chegar ao local de votação Divulgação

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Moradores do município do Rio de Janeiro denunciam que estão demorando até três horas para chegar ao local de votação, em função de blitz ilegais feitas pela Polícia Militar. Na ponte Rio-Niterói, dois caminhões do Exército monitoram a via, assim como uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, e o fluxo também é intenso no sentido Niterói. Na Avenida Brasil há denúncias de que as blitze ilegais levam o eleitor a levar mais de três horas, como uma denúncia de um eleitor que viajou da Tijuca até Campo Grande, na Zona Oeste. Segundo o autor da denúncia, fortemente armados perguntaram se ele iria “votar certo”. Percebendo a estratégia dos policiais, Lucas respondeu que “iria votar em Bolsonaro” e foi prontamente liberado. Segundo ele, a PM segurou vários carros em que os motoristas e passageiros estavam vestidos de vermelho ou com decalques de Lula. É público e notório que a maior parte dos policiais militares assim como as milícias do Rio apoiam Bolsonaro.

Causou estranheza também o silencio do governador reeleito, Claudio Castro (PL) sobre as denúncias. Após as operações policiais serem criticadas por eleitores que divulgaram o fato nas redes sociais, a PM decidiu suspender as ações.  

Neste segundo turno, o número de operações policiais foram muito maiores do que ocorreram no dia do pleito no primeiro turno.

Muitas queixas

No Rio, eleitores se queixam de engarrafamentos e blitzes da Polícia Militar, além de cobrança indevida de passagens de ônibus em bairros da Zona Oeste. Na ponte Rio-Niterói, dois caminhões do Exército monitoram a via, assim como uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, e o fluxo também é intenso no sentido Niterói.

O Comando Militar do Leste (CML) informou que a presença de militares “atende a uma solicitação do próprio TSE como segurança e logística das eleições”. Foram mobilizados nove mil militares e 600 veículos, 30 blindados, 8 embarcações e 3 helicópteros das Forças Armadas somente no Estado do Rio.

Falta de ônibus

Além de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, em vários municípios do país, os eleitores reclamaram da falta de ônibus. Na capital fluminense há denúncias de que linhas de ônibus estão cobrando passagens, o que é ilegal.

A Procuradoria Regional Eleitoral no Rio de Janeiro (PRE-RJ), órgão do Ministério Público Eleitoral, instaurou uma apuração preliminar sobre as queixas.

No twitter, o prefeito do Rio Eduardo Paes afirmou que a ausência de frotas de ônibus na cidade, por parte das empresas, representa crime. Paes disse ainda que caso a determinação da prefeitura não seja respeitada, a companhia que cometer o crime eleitoral poderá perder a concessão.

Em Belo Horizonte, o metrô também descumpriu a decisão judicial e cobra passagem dos passageiros. Em outras capitais, como Goiânia, também há denúncias de falta de transporte público e cobrança de passagens.

TSE atento

Em coletiva na tarde deste domingo (30), o ministro doTSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, garantiu que as blitze não impediram os eleitores de votar e com equilíbrio, aifirmou que os eleitores não estão sendo impedidos de votar. 

Na avaliação de campanha de Lula, apesar das denúncias feitas em relação à operações policiais da PRF ilegais, o uso de aparato do estado pelo bolsonarismo tenta criar um clima de dificuldade para tentar justificar a seus eleitores, em caso de derrota e não reconhecer a decisão popular. Agora é esperar o resultado das urnas. 

Agora é esperar o resultado. 

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