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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O Brasil assiste estarrecido a fatos e cenas que jamais ocorreram desde a redemocratização do país: assassinato de militantes petistas, atos de violência e ódio e o bolsonarismo pregando a desobediência civil e atacando as instituições democráticas. A insanidade ultrapassou a todos os limites toleráveis e trazem indignação, mas também insegurança aos milhões de brasileiros e brasileiras que apoiam Lula à presidência nas eleições deste domingo, 30 de outubro.
Quando toda a opinião pública imaginava que o último ato de insanidade bolsonarista antes da votação de domingo havia sido o do aliado e amigo de Jair Bolsonaro (PL), Roberto Jefferson ter reagido com granadas e tiros de fuzil contra policiais federais, que cumpriam seu dever de prender o ex-deputado do PTB que havia desobedecido às determinações da decisão judicial em sua prisão domiciliar, a violência dos mais aficionados defensores da reeleição do atual presidente registraram mais uma cena lamentável: a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) sacou uma arma e perseguiu um homem negro no bairro dos Jardins, região nobre da capital paulista neste sábado (29). A imagens estão em todas as redes sociais e deixam claro que o jornalista esportivo Luan Araújo, de 32 anos, que disse que teve uma discussão política com a parlamentar. As imagens deixam claro que ela não foi agredida e nem ameaçada, mas caiu sozinha durante a discussão e passou a perseguir Luan com uma pistola. Ela teria dito frases racistas ao dizer eu “colocaram um homem negro para “perseguí-la” e que ela teria sido “cercada” pelos eleitores petistas e que eles “queriam colocá-la no chão”. No entanto as imagens contrariam os argumentos da parlamentar bolsonarista.
“Este é o Brasil que Bolsonaro quer, com as pessoas mais abastadas armadas para matar negros e pobres e qualquer indivíduo que contraria suas posições políticas e caprichos. Inclusive a frase dita por Zambelli é racista”, avalia o diretor da Secretaria de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Almir Aguiar.
Os crimes de Zambelli
Segundo adovados ouvidos pelo site Uol, a deputada bolsonarista teria cometido vários crimes. Para o advogado Wálter Maierovitch, a prisão se justificaria por Carla ter atuado de forma abusiva.” Zambelli diz que 'usaram um negro' para ir atrás dela e ignorou determinação do TSE sobre arma afrontando decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)”, disse o especialista.
Ao dizer que 'Moraes não é legislador' ", a parlamentar teria reagido em ataque e não em defesa", explica o advogado.
"O porte de arma é para a defesa. Não é para querer fazer justiça privada, como se tivesse uma estrela de xerife do velho oeste", afirma. Maierovitch.
Ele disse ainda que a deputada não foi agredida fisicamente, o que tornou sua reação desproporcional e descaracterizaria a legítima defesa.
O grupo de advogados “Prerrogativas” também foi à Delegacia denunciar o caso de racismo e pediu a prisão de Zambelli por porte ilegal de arma. .
No vídeo, é possível ver Luan gritando “amanhã é Lula” e “vocês vão voltar para o bueiro de onde nunca deveriam ter saído”. Em seguida Zambelli responde: “Repete o que você falou, não é Bolsonaro que é misógino? E vocês, dois homens, xingando uma mulher”, declarou. Uma resolução do TSE proíbe o porte e uso de armas mesmo por colecionadores, atiradores e caçadores 24 horas antes e 24 horas depois das eleições, em decisão que foi aprovada em 2021. Os advogados vão pedir a prisão da deputada em flagrante.
Que Brasil queremos
Dirigentes sindicais acham que está em jogo na eleição deste domingo não apenas uma sociedade mais justa e a recuperação da economia, mas a própria existência da democracia.
“Fica claro neste caso como no de Roberto Jefferson que os bolsonaristas criam confusões para alimentarem seus ataques ao TSE e ao STF - Supremo Tribunal Federal - para alegar ‘conspiração política’. Eles querem criar dificuldades no pleito de domingo e tumultuar o quanto puderem a eleição. O bolsonarismo não tem apreço pela democracia e não vai aceitar a decisão das urnas, caso sejam derrotados”, destacou a vice-presidente do Sindicato, Kátia Branco.
“Os caso de ódio e de violência colocam a nossa sociedade na parede para decidir no domingo que Brasil queremos: o do ódio, do racismo, dos setores abastados da população armados, da violência e das ameaças à democracia, representado pelo atual presidente Bolsonaro ou o retorno à normalidade democrática, a paz e o respeito às diferenças, com uma sociedade tolerante e que mantenha uma convivência democrática com o Lula presidente”, acrescentou Almir Aguiar.