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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Especialistas alertaram: as medidas artificiais para tentar frear a alta dos combustíveis, energia e de alimentos, e por consequência, da inflação, feitas pelo governo Bolsonaro, de olho na reeleição, a fim de conter a elevação dos preços não teriam efeito. Não deu outra. O governo zerou impostos sobre combustíveis e energia e reduziu o ICMS dos estados. O atual governo conseguiu, após seguidas mudanças na direção da Petrobras, diminuir os preços da gasolina e etanol e baixou a inflação. No entanto, Guedes e Bolsonaro, para não contrariar grandes acionistas e especuladores, mantiveram na estatal, a política de Preços por Paridade Internacional (PPI), criada no governo Michel Temer.
Resultado: o preço da gasolina teve duas novas altas seguidas, com aumento de 1,8%. Entre os dias 16 e 22 de outubro, o litro do combustível subiu de R$4,84 para R$4,88. De acordo com analistas, uma das razões para os reajustes foram o aumento feito pela Refinaria de Mataripe, na Bahia, privatizada pelo atual governo, o que derruba definitivamente o argumento de Paulo Guedes de que é preciso privatizar a estatal para reduzir os preços dos combustíveis.
Nova alta
Bolsonaro havia comemorado a redução nos postos e dois meses de deflação. Mas o que economistas alertavam aconteceu. A Petrobras anunciou novos aumentos. Preocupado com a possibilidade de perder a eleição para Lula, o presidente da República pressiona para que novos reajustes só aconteçam após a eleição do próximo domingo, 30 de outubro. Não adiantou. A prévia de outubro apresenta alta da inflação de 0,16% no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), segundo dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O acumulado do ano de 2022 é de 4,80%. A estatal já avisou que os preços dos combustíveis estão defasados com o mercado internacional e novos reajustes virão. Bolsonaro insiste para que o aumento só aconteça na semana que vem, depois do pleito de domingo.
Alimentos ainda mais caros
A inflação dos alimentos é ainda maior e está há sete meses acima do IPCA: tiveram uma alta acumulada de 11,71% contra 7,17% do índice geral. A inflação dos alimentos é a maior dos últimos 28 anos, desde que o Plano Real foi criado no Brasil, em 1994.
Todos os trabalhadores são prejudicados com os preços elevados da alimentação, mas são os pobres que sofrem mais.
“Está tudo absurdamente caro. A gente vai ao supermercado e cada dia é um preço. O salário não está valendo nada. Imagine os milhões de brasileiros que ganham um salário mínimo e quem está desempregado. Este governo é um desastre”, criticou o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Sérgio Menezes.
Juros nas alturas
Especialistas dizem ainda que a prova de que as medidas do governo para conter a alta inflacionária não surtiram o efeito esperado, são os juros.
O Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 3,75% na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) antes das eleições de domingo (30). A atual taxa é a mais alta desde 2016.
“A alta dos preços dos alimentos leva o trabalhador a usar o cartão de crédito para comer e com o país praticando os maiores juros do mundo, isso aumenta ainda mais o endividamento das famílias”, afirma a vice-presidenta do Sindicato, Kátia Branco.
O Brasil tem a segunda maior taxa de juros do mundo, perdendo apenas para a Argentina.