EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A falta de transparência no chamado orçamento secreto que o governo Bolsonaro paga do dinheiro público para parlamentares já causa suspeitas de que a verba utilizada para ganhar apoio do ‘Centrão’ e da maior parte dos parlamentares para o seu projeto de reeleição seja desviada para pagamento de propinas e lavagem de dinheiro. A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (14) no Maranhão, os irmãos Roberto Rodrigues de Lima e Renato Rodrigues de Lima, em uma operação que apura um suposto esquema para desvio de verbas do orçamento secreto. Os dois são suspeitos de inserir dados falsos em sistemas do Sistema Único de Saúde (SUS) em vários municípios maranhenses para inflar a quantidade de procedimentos realizados e, dessa forma, aumentar o repasse de recursos, que estariam sendo desviados.
Segundo a Polícia Federal, a cidade teria informado, em 2020, a realização de mais de 12,7 mil radiografias de dedo. No entanto, a população total de Igarapé Grande não supera os 11,5 mil habitantes.
Ao todo, oito pessoas, incluindo os dois irmãos, e quatro empresas estão entre os alvos da operação. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 57 milhões em bens dos investigados. Causa estranheza o fato de os outros investigados não terem seus nomes divulgados. Há a ainda a informação de até R$ 78 milhões em bloqueio incluindo investigados em outros municípios do Maranhão.
Criação de Bolsonaro
O chamado orçamento secreto foi criado pelo governo Bolsonaro. A nova modalidade de emendas parlamentares é muito criticada pela falta de transparência nos recursos direcionados por deputados para suas bases políticas e porque a prática tem por objetivo o apoio político de parlamentares, governadores e prefeitos, ao projeto de reeleição do atual presidente. O nome do deputado beneficiado fica oculto durante a destinação do recurso e tudo é repassado na figura do relator.
Um dos presos, Roberto Rodrigues, é apontado como um dos relatores das emendas do orçamento secreto. Segundo a apuração da Controladoria Geral da União (CGU), ele foi responsável pelo cadastro de solicitações de recursos no Sistema de Indicação Orçamentária (SINDORC) da Câmara dos Deputados, tratadas como potenciais destinações de emendas parlamentares, na ordem de R$ 69 milhões.