Após novo corte, universidades federais temem pelo funcionamento até o fim do ano
Bloqueio foi confirmado pelo governo federal às vésperas das eleições; impacto é na casa de R$ 1 bilhão
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Rio - O bloqueio de R$ 2,6 bilhões no Orçamento da União, anunciado no fim de setembro pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), atingiu em cheio a educação e coloca em risco as atividades de colégios e universidades federais em 2023. Na sexta-feira, 30, dois dias antes das eleições, o Ministério da Economia definiu o corte que pode chegar a R$ 1 bilhão. Do montante, mais de R$ 700 milhões são referentes aos repasses para instituições como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que teme pelo próprio funcionamento até o fim do ano após perder R$ 18 milhões.
No novo contingenciamento no orçamento do Ministério da Educação, colégios federais perdem R$ 147 milhões, enquanto universidades, R$ 328 milhões. Somados a outros cortes realizados ao longo de 2022, o valor do corte na área de educação é próximo de R$ 1 bilhão.
Com preocupação, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) se posicionou nesta quarta-feira, 5, após a oficialização do novo bloqueio de recursos no Ministério da Educação, avalizado pelo governo federal, que compromete o crítico orçamento da maioria das instituições de universidades, institutos federais e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
"Lamentamos, por fim, a edição deste Decreto que estabelece limitação de empenhos quase ao final do exercício financeiro, mais uma vez inviabilizando qualquer forma de planejamento institucional, quando se apregoa que a economia nacional estaria em plena recuperação. E lamentamos também que seja a área da educação, mais uma vez, a mais afetada pelos cortes ocorridos", diz trecho da nota pública divulgada pela Andifes.
Pelas redes sociais, a União Nacional dos Estudantes (UNE) repudiou a decisão do governo Bolsonaro. "Governo Federal confisca saldo de todas as contas do Institutos e Universidades Federais, nesta quarta, 05/10/22, e não deixa nenhum centavo para pagar nada!", diz a postagem no Twitter.