Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

A revista inglesa The Economist , considerada a mais respeitada entre empreendedores, investidores e defensores do liberalismo econômico no mundo inteiro, publicou um editorial nesta terça-feira (4) revelando que eleger Jair Bolsonaro (PL) seria ruim para o Brasil e para o mundo e reconhecendo que a eleição de Lula (PT) é melhor para economia e a democracia brasileira. Mesmo sendo defensora da economia de mercado e do liberalismo e ter profundas divergências com a visão social democrata de Lula, a Economist critica os arroubos do atual presidente Bolsonaro contra as instituições democráticas e suas ameaças de intervenção militar no país.

No fundo, as aberrações ditas pelo atual presidente acabam prejudicando negócios empresariais e investimentos e traz insegurança para investidores estrangeiros. O risco real de um novo golpe militar no Brasil preocupa nações democráticas em todo o mundo.  

Ruim para ecologia

O texto do periódico britânico revela ainda que os liberais do mundo estão preocupados com a escalada de destruição ambiental no governo Bolsonaro, alertando que o  atual governo ”fez esforços para a destruição da Amazônia”, remetendo a trágica frase do ex-ministro do Meio Ambiente do atual governo, Ricardo Salles, que ao lado do presidente e ministros, disse que era “preciso aproveitar as atenções da sociedade voltadas para a covid-19 e passar a boiada”, referindo-se ao avanço de setores do agronegócio nas áreas de proteção ambiental da Amazônia e do Pantanal Mato-Grossense. Especialistas alertam que a economia verde e sustentável será imprescindível para as economias e o desenvolvimento sustentável das nações neste século XXI. 

Desprezo pela vida

O editorial expressa ainda a posição da opinião pública internacional considerando que o atual governo  teve uma “atuação desastrosa” na pandemia da covid-19, em função de Bolsonaro ter desprezado o poder mortal do vírus, dizendo que era apenas “uma gripezinha”, pelo fato de ter demorado a comprar as doses para imunização e ter feito campanha contra as vacinas, defendendo tratamento e gastando dinheiro público com remédios ineficazes contra o novo coronavírus e até debochado das vítimas, insinuando em lives “falta de ar” e dizendo que que quem tomar vacina iria “virar jacaré” e “mulher nascer bigode”, o que resultou em mais de 686 mil mortes. Ainda hoje, o Brasil é o terceiro no mundo com maior número de casos e mortes, atrás apenas dos EUA – que como o Brasil, também sofreu com o negacionismo do então presidente Donald Trump – e da índia.

Apologia à violência

O editorial critica Bolsonaro também por “incitar abertamente a violência” e mostra pesquisa em que "quase 70% dos brasileiros disseram temer danos físicos por causa de suas opiniões políticas", como no caso de eleitores petistas assassinados por bolsonaristas radicais nestas eleições.

O que pensa de Lula

Sobre Lula, a publicação lembra que seu primeiro governo ocorreu em meio a um boom das commodities e avalia que o governo foi pragmático e. com sua visão liberal, a revista faz uma ressalva em relação à visão social democrata do ex-presidente que vê “o Estado como motor do crescimento econômico”. Apesar de divergir, a Economist e a opinião pública internacional veem Lula como melhor para o Brasil e a democracia. A Revista considera que o governo Lula precisa caminhar em direção ao centro para pacificar o país, tranquilizar os investidores e retomar o desenvolvimento econômico.