Segunda, 03 Outubro 2022 19:34

Sindicato repudia terceirização no Santander, que inclui também o Rio de Janeiro

Em reunião com o movimento sindical, banco reafirma medida e não responde questionamentos dos bancários
O diretor do Sindicato Marcos Vicente criticou as terceirizações  no Santander e disse que as entidades sindicais lutarão  para garantir o emprego e os direitos O diretor do Sindicato Marcos Vicente criticou as terceirizações no Santander e disse que as entidades sindicais lutarão para garantir o emprego e os direitos

A história mostra que a terceirização é sempre sinônimo de demissões e trabalho ainda mais precário. O objetivo das empresas que terceirizam é sempre o de reduzir os custos com mão de obra, pagando salários muito inferiores e retirando direitos das categorias. É o caso do banco Santander que anunciou na sexta-feira (30), a terceirização do setor de manufatura. A decisão unilateral do banco, acostumado a não dialogar com o movimento sindical, afetará empregados lotados no Radar Santander.
Em conversa com representantes dos sindicatos, na mesma sexta-feira, 30 de setembro, o banco assumiu que a terceirização está em curso e não respondeu aos questionamentos dos bancários.
“Expressamos nosso repúdio e indignação a mais este ataque do Santander à categoria. Não vamos aceitar a terceirização calados e vamos realizar protestos”, avisa o diretor do Sindicato do Rio Marcos Vicente, membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados).

Novo CNPJ

Parte dos funcionários trabalha na Torre, edifício sede do banco espanhol e no Conexão, em São Paulo, mas há notícias de que a medida afetará também trabalhadores de outros estados como o Rio de Janeiro. 
"Fica a sensação de que o Santander tem pressa em terceirizar, demitir e retirar direitos prevendo a derrota do governo Bolsonaro, que está visivelmente à serviço dos banqueiros e grandes empresários, atacando o emprego e as conquistas dos trabalhadores. A direção do banco é a que mais tenta impor práticas antissindicais e faz no Brasil o que não realiza em seu país de origem, a Espanha", criticou Vicente.
Cerca de 1.400 empregados deverão ser transferidos para um novo CNPJ, a SX Tools. As transferências estão previstas para começarem na próxima segunda-feira, dia 3 de outubro.
 "São milhares de trabalhadores que serão atingidos em seus contratos de trabalho, representação sindical e nos direitos hoje garantidos pela Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários. Não vamos aceitar mais este ataque do Santander ", denuncia o sindicalista, lembrando que a permissão de terceirização em áreas fins, fruto da reforma trabalhista realizada no governo Temer e aprofundada com as Medidas Provisórias e emendas constitucionais do governo Bolsonaro, abriram a porteira para os empregadores reduzirem salários e retirarem direitos. 
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Assediando bancários 

 O movimento sindical denunciou ainda que o Santander, em reunião "relâmpago" realizada também na sexta (30), tentou induzir os trabalhadores a aceitarem a terceirização como se fosse "uma mudança vantajosa" para os empregados.
"Não conheço nenhum caso na história em que a terceirização tenha beneficiado o trabalhador, ao contrário, sempre gera demissões, perda de direitos e redução da média salarial. Vamos dar uma resposta dura a este ataque covarde à categoria e precisamos também ter uma consciência na hora de votar no dia 30 de outubro, no segundo turno da eleição, derrotando o governo Bolsonaro”, completou Marcos Vicente.

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