Segunda, 03 Outubro 2022 19:33
NINGUÉM AGUENTA MAIS

Mais da metade das famílias brasileiras estão endividadas com os bancos

Taxa do crédito rotativo chega a 398,4%, o mais alto nível desde 2017. Lula promete refinanciar dívidas e reduzir juros

O desemprego, a recessão econômica e a alta dos alimentos estão levando os trabalhadores a recorrerem, cada vez mais, aos cartões de crédito. Como o Brasil tem as maiores taxas de juros do planeta (atrás apenas hoje da Rússia, em função da guerra e sanções econômicas naquele país), basta uma parcela em atraso para o consumidor ver a rolagem da dívida disparar como uma bola de neve. Esta política de juros, agravada no governo Jair Bolsonaro (PL) e o padrão monetário controlado por banqueiros a frente do Banco Central (o atual presidente do BC é Roberto Campos Neto, do Santander), fez com que mais da metade das famílias brasileiras (53,1%) esteja endividada com instituições financeiras e 70% estão enroladas para pagar o cartão de crédito.

Desafio para 2023

O aprofundamento da crise econômica no atual governo e o velho receituário de elevar os juros para tentar controlar a alta da inflação, especialmente dos alimentos, elevaram ainda mais o endividamento dos trabalhadores. Atualmente, 62 milhões de pessoas estão com seu nome no SPC/Serasa e mais de seis milhões de empresas também estão negativadas.
“Nós temos quase 70% das famílias brasileiras endividadas ou com dificuldade de pagar as contas e a grande maioria delas é mulher, endividada porque não pode quitar a conta de água, de luz, do gás. Nós vamos negociar essa dívida. Pode ficar certo que nós vamos negociar com o setor privado e com o sistema financeiro”, disse Lula em entrevista à imprensa, destacando ainda que irá obrigar os credores a baixar os juros.
A situação não apenas humilha as pessoas, mas afeta a macroeconomia e impede a recuperação econômica do país que depende do poder de compra das famílias, já afetado pela perda da renda média dos trabalhadores no atual governo.
“O próximo governo, que para o bem do país há de ser Lula, terá um desafio pela frente que é refinanciar a dívida dos brasileiros e tentar reduzir as taxas de juros no Brasil. Não há país que consiga recuperar sua economia com as maiores taxas de juros do mundo”, avalia a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio Kátia Branco.

 

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