Sexta, 23 Setembro 2022 18:37

Governo Bolsonaro emperra negociação no BNDES que passa a ser mediada pelo TST

Diretoria do banco segue política econômica do atual presidente Diretoria do banco segue política econômica do atual presidente

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Conhecido por sua política de retirada sistemática de direitos dos trabalhadores, o governo Bolsonaro vem inviabilizando as negociações do acordo coletivo específico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) 2022-2024. Para que se tenha uma ideia, é o único entre todos os bancos do país, públicos e privados, que ainda não fechou acordo na Campanha Nacional deste ano.

O BNDES, 100% controlado pelo governo, vem tentando impor na mesa de negociação, uma proposta que ataca os direitos do atual acordo. Pior, tomou a iniciativa de suspender as negociações – tendo a última rodada ocorrido em 8 de setembro – anunciando que só prosseguiria com as conversas com a medição do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Cerca de duas semanas antes, em 24 de agosto, os empregados haviam rejeitado, em assembleia, a proposta do ACT feita pelos representantes do banco. O TST agendou, para esta terça-feira (27), a reunião de mediação entre os representantes dos funcionários e o do sistema BNDES, que inclui o banco e as subsidiárias BNDESPAR e Finame.

Proposta vergonhosa

“A política econômica do governo, de retirada de direitos, vem sendo seguida pela diretoria do banco na mesa de negociação, tendo apresentado uma proposta vergonhosa, que além de não garantir o acordo feito com a Fenaban na questão financeira, impõe modificações no Plano de Saúde sem nenhum debate com o funcionalismo”, afirmou o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vinícius Assumpção. O dirigente participa das rodadas com o BNDES.

“Esta proposta foi rejeitada por maioria esmagadora dos empregados (98,09% dos 1.677 votos) em assembleia”, explicou. Acrescentou que durante todo o processo de negociação, a direção do banco foi intransigente e não ouviu os trabalhadores. A Comissão dos Empregados já deixou patente que não vai aceitar a perda de direitos históricos adquiridos.

“Em nenhum momento nos negamos a encontrar soluções para os conflitos. Mas a truculência por parte da direção do banco impediu que chegássemos a uma solução negociável. Precisamos, então, aguardar esse primeiro encontro para saber quais serão os próximos passos. Os direitos do ACT vigente continuam garantidos, enquanto perdurar a negociação”, salientou.

“Vamos manter nossa proposta de incluir a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para a discussão do plano de saúde, a renovação automática do ACT e nada menos que a adoção das cláusulas econômicas negociadas para toda a categoria com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban)”, adiantou Vinícius.

 

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